quinta-feira, 21 de junho de 2007

Entrevista: GHREG ON EARTH

Completando dois meses de existência, o Hazy Stories traz a vocês a entrevista com o mentor do projeto norte-americano Ghreg On Earth.






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1) Primeiro de tudo, quem é Ghreg e por quê ele está Na Terra (On Earth)?

Ghreg - Boas perguntas... provavelmente têm a ver com o alinhamento das estrelas, sequências de DNA e qualquer outra questão aleatória importante no fator humano.



2) Quando você começou a produzir música eletrônica? Por quê? E porquê o dark trance?

Ghreg - Lá pelo ano de 1994 eu comprei meu primeiro equipamento, era um velho ‘Ensoniq workstation’. Ele podia gravar samples e sequenciar. Eu sampleava minha voz várias vezes e usava os efeitos do equipamento, resampleando várias e várias vezes até o meio da madrugada. Não houve nenhum computador no meu setup por um bom tempo, apenas alguns sintetizadores interligados via Midi e esse tipo de coisas. Bem arcaico se comparado a hoje em dia. Ao longo dos anos eu produzi dub, industrial e um pouco de drum’n’bass. Eu não levei produção a sério até meados de 1999, que foi quando eu adquiri um computador. E é a partir daí que eu comecei a produzir trance.



3) O que você acha da cena dark trance? Tem mais a crescer ou está estagnada?

Ghreg - Não tenho certeza. Eu não presto muita atenção a esta ou aquela cena, apenas faço meu som. Acho que os rótulos estão se tornando menos relevantes à medida que a música evolui para algo além da velha e entediante dualidade: escuridão x luz ou full on x blah ou blah x Godzilla. O equilíbrio dos fatores é o que deixa as coisas realmente interessantes. Este tipo de som mais pesado é o que eu gosto de verdade, mas a única maneira de mantê-lo sempre interessante é não caindo na armadilha de ficar preso em alguma fórmula. Dark trance é uma formula atualmente... assim como o Full On ou Progressive. Estas são todas receitas prontas. Nomear algo é prendê-lo dentro de uma caixa...



4) Quais são as suas influências? Eu percebo um toque ‘industrial’ nas suas músicas...

Ghreg - Você está certo. Eu estive em algumas bandas de industrial nos anos 90 e toquei música industrial como DJ por vários anos, então é natural que isto influência nas minhas composições. Eu continuo gostando de Skinny Puppy, Clock DVA & Young Gods, etc. Uma parte desta influência já surge inconscientemente, mas também faço isso com intenção, porquê estes artistas realmente sabem como produzir música eletrônica agressiva. Foi um marco na e-music e alguns permanecem completamente inovadores ainda hoje.
Além da influência de industrial, há ainda a influência de muita coisa diferente. Breakcore, Metal, Ambient... Tenho escutado muito pedal slide guitar ultimamente. Eu estou muito interessado em alcançar o ponto em que a música eletrônica comece a soar mais orgânica e menos rígida, onde a música para se dançar se funda à música para se escutar. Existe esta dualidade concebida a respeito do que importa mais na composição, mas o mais importante é encontrar uma maneira criativa que permita que um tipo de síntese ocorra, estabelecendo uma relação harmoniosa entre os dois mundos.



5) Quais foram a melhor e a pior festa que você já tocou?

Ghreg - Hmm... Eu provavelmente esqueci a pior festa, estas tendem a não ser memoráveis. Houveram muitas festas excelentes, não há como escolher uma favorita. Love Projector Summer Solstice Festival, em 2002, e Boom Festival 2006 são os nomes que me vêm à cabeça agora.



6) Você produz algum outro gênero de música eletrônica?

Ghreg - Sim. Ambient, Drum and Bass, “IDMish breakish stuff”. E tenho alguns outros projetos a caminho, mas ainda é muito cedo para dizer algo a respeito.



7) Você já esteve no Brasil uma vez, certo? Conte-nos sobre esta experiência.

Ghreg - Eu estive no Brasil por uma semana em 2002 para o festival Ypy Poty, perto de Paraty. Foi muito bom! Natureza linda, pessoas legais, só tive bons momentos aí…




8) Você pretende voltar me breve?

Ghreg - Adoraria visitar o Brasil de novo! Ouviram, promotores de festas?


9) Você acabou de voltar de uma turnê na Europa. Como foi lá?

Ghreg - Sim, eu acabei de voltar de uma pequena turnê pela Europa. Estive na Alemanha, Rússia, Holanda e Áustria... Foi ótimo. Tive a chance de escalar os Alpes austríacos e passar muito tempo em meio à natureza. A festa em Amsterdam foi muito divertida, as pessoas estavam se preparando para o ‘Queens Day’ e o clima de festa estava no ar por toda a cidade. Na Rússia e em Berlim também foi ótimo!


10) Como é a cena dark trance aí nos Estados Unidos? Recentemente pudemos ouvir alguns ótimos produtores daí (Mubali, Amanda, Fractal Cowboys...). Há alguma festa focada exclusivamente neste tipo de música?

Ghreg - Em São Francisco e na área costeira próxima, sim. Acho que posso dizer que isto já vale para a costa oeste no geral. Ocorrem ótimas festas no deserto, festas na floresta, festas na montanha. Existe uma forte comunidade trance underground aqui já há algum tempo, vários promotores de festa: Love Projectors, Red Tribe, CCC, Peace Tour, Mistress of Evil... Temos uma rica história psicodélica. Os artistas de São Francisco tendem a ser ‘mavericks’ à sua própria maneira: têm muita paixão e criatividade testando os limites da música fora dos interesses comerciais ou das fórmulas.

Quanto ao resto dos estados, o processo tem sido um pouco mais lento, mas no momento parece estar se desenvolvendo. Vários festivais e festas estão ocorrendo em lugares em que não houve nada por vários anos. Há também mais artistas destes estados do que jamais houve antes. Estou observando os festivais de verão que tem ocorrido aqui na América do Norte e ouvindo a vários artistas e o que eles têm feito.


11) E sobre as festas 'Looney Tunes' no Japão. Você lançou uma faixa arrasadora na compilação comemorativa de um ano! Conte-nos sobre estas festas.

Ghreg - Primeiro, obrigado pelo elogio! E sim, é uma grande compilação, várias ótimas faixas ali. Dana e Nik fizeram isto juntos e devo dizer, que fizeram muito bem feito! Eles estão por trás do núcleo Brain Busters em Tóquio, a compilação foi um brinde distribuído na festa de aniversário de um ano que aconteceu lá. Festas muito boas! Existe uma paixão muito grande pela música no Japão, estar lá é muito inspirador.

Elder Sign está sendo tocada atualmente durante o som pré-show na última turnê do Skinny Puppy. Confiram se tiverem oportunidade, é uma apresentação lendária.


12) Você conhece algo do dark trance brasileiro (Baphomet Engine, e os projetos mais recentes, Cannibal Barbecue, Bash, Chipset...)? O que acha?

Ghreg - Não conheço muita coisa, mas o que eu já ouvi é de qualidade, e espero ouvir mais.


13) O que podemos esperar do Ghreg On Earth em 2007 e 2008?

Ghreg - Estarei nos EUA e México no verão e retorno à Europa no outono. Novas músicas estão saindo do forno e haverá um novo álbum em algum momento do ano que vem. Têm também o Vou Duex, que sou eu, Mubali, Fractal Sadhus e Freaks of Nature; um super projeto. Veremos algo dele antes do fim do ano, com algumas apresentações inclusas. Tem também uma colaboração com o DataBomb, que fez o trabalho de produção no último álbum do Skinny Puppy, Mythmaker. E, pra finalizar, alguns releases em compilações e outros projetos pela frente. Estou realmente atarefado ultimamente!!


14) Muito obrigado, Ghreg! Deixe uma mensagem para os freaks brasileiros.

Ghreg - Saudações ‘freaks brasileiros’, espero visitá-los em breve para compartilhar um pouco de música, tomar açaí e apreciar a linda paisagem brasileira com o sol ao fundo.

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Entrevista por Bruno Azalim
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Sites Relacionados:
http://www.myspace.com/ghregonearth
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sexta-feira, 15 de junho de 2007

Entrevista: DJ WIZDUMB

Por trás de um dos maiores selos difusores do chamado psygressive (Cosmic Conspiracy Records) está o DJ WIZDUMB. Na entrevista que se segue ele fala dos próximos lançamentos da gravadora, fala sobre o Brasil e sobre alguns outros assuntos. Confira!






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1) E aí Wizdumb! Tranquilo? Apresente-se para os freaks brasileiros.

Wizdumb -
Oi, eu sou o Wizdumb, também conhecido como Aviel.


2) Primeiro de tudo, porquê o codinome ‘Wizdumb’?

Wizdumb -
É a natureza básica da dualidade encontrada em tudo neste mundo.
Sábio (Wise) e burro (Dumb). Escuridão e luz. Ying e Yang.

Isso representa perfeitamente o meu senso de humor e o meu estilo de tocar.


3) Por quê o progressive/minimal psytrance?

Wizdumb -
He he he...
Uma questão pessoal interessante.

O minimal mexe comigo de diversas maneiras e me lembra da vida assim como de tudo que é inerente a ela. Eu gosto bastante desta característica onde ‘menos é mais’ e da energia superior que este gênero proporciona o tempo todo, indo lenta e profundamente, acrescentando ou removendo elementos. È uma arte. Aqui é resgatado o foco original da música: ritmo, percussão e groove.

Ele também se conecta aos meus princípios filosóficos e à natureza ‘ying yang’ da vida. O som é cru, primal e descompromissado ao mesmo tempo que o insere numa atmosfera com muito espaço para se mover através dos ritmos, possibilitando à mente viajar para fora da dimensão corpórea.


4) Este gênero tem prevalecido nos seus DJ Sets durante toda a sua carreira?

Wizdumb - Sim. Eu comecei mixando psy, e esta tem sido a área prevalescente explorada nos dancefloors ao longo dos anos. Meu estilo evoluiu e continua evoluindo, sofrendo mutações, combinando novas idéias e elementos, mas no final, a base do gênero permanece a mesma desde o começo.

Já toquei em residências de vários clubs os seguintes gêneros: Tek / BreakBeat / Prog / ElectroTek / Minimal IDM / DUB e você pode me encontrar tocando sets de DUB/Breakbeat/Ambient /Chillout como Dj ''KingDumb''

Eu realmente admiro artistas que incorporam outras técnicas e estilos na produção. Por exemplo: inserir elementos de funk, breaks psicodélicos desordenados, dirty techno, glitch, etc em suas composições. Tenho buscado os artistas que fazem uma mistura que consiga fugir das classificações e rótulos.




5) Você produz suas próprias músicas?

Wizdumb - Não. Eu nunca encontrei o tempo necessário para me dedicar totalmente à produção, mas penso em fazer isso algum dia...

Eu trabalho bem próximo a vários artistas e amigos no estúdio e eles tendem a criar faixas que reflitam o som da Cosmic Conspiracy ou em alguns casos já o fazem especialmente tendo meus DJ Sets em mente.

Eu tento manter acréscimos desafiadores e interessantes como o uso de samplers, hardware e efeitos externos nos DJ Sets ao longo dos anos. E eu tenho tocado samplers, pads Koas, entre outros, ao lado de respeitados live acts e DJs ao redor do mundo.
Algum dia eu quero ter o tempo necessário para produzir meu próprio trabalho, e quando eu o fizer, vai ser feito sob o nome 'Tripinstumble'.


6) Você já esteve no Brasil? Qual é a sua impressão sobre o nosso país?

Wizdumb - Não. No momento exato desta entrevista eu nunca estive no Brasil. Já ouvi de alguns amigos que tocam aí regularmente que a energia nas festas é muito forte, então, estou totalmente interessado em fazer uma visita em breve. Há uma discussão sobre uma turnê da Cosmic Conspiracy no próximo ano... Se houver algum promotor interessado aí deste lado do mundo, entre em contato e nós podemos negociar ofertas especiais para o booking dos nossos artistas.


7) Você é o dono de um dos selos mais importantes do gênero, a ‘Cosmic Conspiracy Records’. Como ele começou e para onde está indo?

Wizdumb - Tudo começou a alguns anos atrás na India, quando eu comecei a mixar e os caminhos da vida me conectaram à artistas de música eletrônica pelo país afora. Então eu comecei a organizar eventos ao ar livre para promover aqueles novos trampos e estilos musicais, sempre os incluindo nos meus sets. Os anos foram passando e esta música tornou-se uma constante na minha vida e em todo lugar que eu visitei no mundo.

Sete anos se passaram, e, quando eu já estava aqui na Nova Zelândia formei a Cosmic Conspiracy Records, com o objetivo de promover os artistas que exploram os estranhos territórios do progressive minimal psy. Artistas que eu sinto que definitivamente merecem serem promovidos, encorajados e escutados pelas pessoas em todo o planeta.

Quanto à direção que a Cosmic Conspiracy está indo, vamos continuar a trabalhar para expor os novos e interessantes artistas ao maior público possível. Então, podem contar com mais música eletrônica minimal esmagadora das mais viajantes e esquisitas variedades disponíveis, feita por quem e para quem realmente aprecia.


8) O projeto brasileiro ‘Minimal Criminal’ é, atualmente, parte da família Cosmic Conspiracy. Como você os conheceu? Conte-nos sobre esta parceria e sobre os seus futuros planos com eles.

Wizdumb - Os caras do Minimal Criminal são membros sólidos da equipe Cosmic Conspiracy Records. Bruno e Valério são dois dos produtores mais divertidos e inovadores no Progressive e Minimal Trance.O som deles, na minha opinião, incorpora um bom equilíbrio de ingredientes. Dark e sério, mas ao mesmo tempo, divertido e estranho. Sólido e firme, mas maleável e viajante. É definitivamente o que nós procuramos e já aviso que lançaremos seu debut album em 2008.

9) Vocês vão lançar agora a compilação ‘The Plot Thickens’ em parceria com a Crotus Records. Conte-nos sobre esta obra. Há vários projetos brasileiros no tracklist, certo?

Wizdumb - Com certeza. Do Brasil temos o remix que o Minimal Criminal fez para a track ‘Trukket I lyden'’, do Moses, lançada no Crotus Soundscapes Vol1 e a track Dark Side Of The Synth.

Também introduzindo dois novos projetos brasileiros, Zion In Mad, cuja faixa H5N1 começa o cd da melhor maneira possível. E Dopped, o projeto solo do Bruno (M. Criminal), com basslines de outro mundo.A compilação ‘The Plot Thickens ‘ surgiu quando Bes estava vivendo e visitando a Nova Zelândia. Nós estávamos tocando em vários eventos juntos e falamos sobre o conceito de uma compilação versus, aí acabou rolando! O álbum foi criado com um forte elemento versus durante o desenvolvimento das músicas e o trabalho desenvolvido é realmente uma compilação que explora os sons e estilos dos dois selos.

10) Eu pensei que a Crotus Records tinha morrido…

Wizdumb - Sim, tecnicamente eles fecharam as portas em 2006.
Este release vem principalmente por causa do respeito que tenho pela Crotus Records e suas contribuições para a música minimal.

Uma homenagem feita em grande estilo. Espero que as pessoas gostem.

11) Junto com a Cosmic Conspiracy, a cena minimal psy é movida principalmente pela Zenon Records, do Sensient. Há planos para uma futura parceria?

Wizdumb - Zenon e Tim (Sensient) tem feito um trabalho excelente. Várias remessas de Minimal/Psygressive e Tekpsy arremessadas sobre o mundo. Eles têm oferecido alguns dos álbuns da melhor qualidade em muitos anos. Eu estou, com certeza, aberto a uma colaboração com eles, mas ainda não falamos sobre nenhum projeto em particular. Tim fez a masterização das nossas duas últimas compilações, assim como do álbum do Bufo – Bug Eyes. Estarei trabalhando com ele de novo em breve para um trabalho de masterização e o recomendo para quaisquer artistas e selos de minimal/dark/tek psy procurando por finalização com qualidade.

12) Para os novos produtores de minimal psy. Como eles podem se apresentar à você e à Cosmic Conspiracy Records? O que é analisado em uma faixa para esta ser lançada?

Wizdumb - A melhor maneira de os novos produtores se apresentarem é pelo contato online, ou, à antiga maneira (que é a melhor): mandando demos para nossa caixa postal. É melhor porquê eu sempre estou viajando e muitas vezes não tenho tempo de ficar checando e-mails e e-demos. Então, para os artistas interessados, o endereço de nossa caixa postal está listado em nossa home page: http://www.cosmicconspiracy.co.nz/

Os fatores principais que eu ouço e analiso são: o fator “crunch”, percussão poderosa, grooves e energias líquidas e o equilíbrio destes elementos. O artista está explorando novos territórios em suas produções?
Por quanto tempo o som vai permanecer atual é outra questão que eu valorizo. Por exemplo, eu poderei tocar a faixa daqui a alguns anos ou ela só é relevante agora? No caso desta última opção, eu prefiro evitar.


13) Você acha que o minimal/dark psychedelic trance vai ter uma grande evolução nos próximos anos? Nós temos muito poucos lançamentos do gênero atualmente...

Wizdumb - É muito difícil dizer... No momento atual o progressive psytrance (inclusive seu lado dark) tem sofrido muita influência de outros estilos e subgêneros, como as influências do break beat, electro e house.

Isto é resultado de uma metamorphose de sons que vai continuar sempre. Então, os produtores de minimal/dark psychedelic trance podem continuar evoluindo e incorporando novos elementos. Se as pessoas comprarem os CDs dos artistas de minimal/progressive que elas gostam, isto vai encorajar os selos e produtores do gênero a continuarem a produzir suas músicas.

Ultimamente eu estou realmente muito feliz pelo fato dos gêneros da música eletrônica executarem constantemente a mutação e incorporação de outras técnicas. Esta é a minha opinião: nunca deixar a música estagnar e ajudá-la a crescer sempre burlando os rótulos.

14) O que podemos esperar da CCR em 2007/2008?

Wizdumb -
Após do release do THE PLOT THICKENS, nós vamos lançar o nosso primeiro album de DUB/Chill out, uma compilação que compartilha com o resto do mundo alguns dos mais inovadores artistas que vem se revelando em Aotearoa (Nova Zelândia) "A terra da longa nuvem branca”, aonde a música Dub é uma parte muito importante da cultura.

E a PARTLY CLOUDY é mais uma compilação temática. Ao contrário da THE LURKER, que ia ao fundo do oceano, agora é hora de voltar e observar as nuvens transitarem em suas mais variadas formas. Esta compilação demorou bastante tempo para ser produzida.

Também tem o ‘Synaesthesis’, debut album do Hayden Morison, aka Product Placement (Australia), um dos artistas de minimal mais interessantes do planeta, seguido pelo debut do Minimal Criminal em 2008.

E por ultimo, vários e vários artistas do selo em turnê pelo mundo.

15) Muito obrigado pela entrevista cara! Espero ver você tocando em alguma festa aqui no Brasil em breve. Deixe sua mensagem para os leitores.

Wizdumb - Vou finalizar deixando uma citação:

"Nada acontece a você por acidente.
Não existem coincidências.
Nada ocorre por acaso
A vida não é um produto da sorte.''- n.d.w. Exerp from C.W.G

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Entrevista por Bruno Azalim
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Sites Relacionados:
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quarta-feira, 13 de junho de 2007

News: Djs Janczur & Paula em tour pela Europa nos próximos meses.


Um ano depois de suas primeiras apresentações fora do Brasil, com apresentações na Inglaterra e Eslováquia, o casal Janczur & Paula começa a colher os frutos de seu trabalho e foram convidados a repetir a dose no ano de 2007.

Porém, dessa vez, as coisas tomam um rumo um pouco diferente. No ano passado os gigs vieram por causa da viagem do casal que já estaria na Europa na alta temporada. Em 2007, os cabeças do crew do Full On Project saem do Brasil com 7 datas previamente marcadas, por enquanto.

Serão dois meses tocando em festas e festivais em diversos países, alguns deles ainda com apresentações inéditas, onde o casal terá a oportunidade de dividir o palco com muitos dos produtores que tocam em seus sets hoje em dia e rechear seu case com as melhores novidades do verão europeu.

A tour começa no monstruoso Antiworld 070707 Festival, que vai contar com os maiores artistas da música eletrônica internacional para os mais diversos gostos e estilos. Psytrance, Techno, Hard Dance, House, Break Beat, Hip Hop se fundem em mais de 10 pistas para 3 dias de celebração à música eletrônica.

No dia 14/07, o casal se apresenta ao lado de grandes nomes brasileiros como 2HI e Burn in Noise na Digital Hive, uma festa organizada por brasileiros na cidade de Londres que é uma das mais conceituadas do circuito britânico e famosa em toda a cidade.

Na trilha dos festivais, Janczur e Paula também têm bookings confirmados e presença garantida no Freaky Dragons Festival, ao lado de grandes artistas focados em night time music, que promete ser o grande momento da trip. Na Eslováquia, eles retornam para o Pacha Mama Ritual, depois de uma apresentação inesquecível no ano passado tanto para os artistas quanto para o público, com a intenção de repetir o feito.

Nesse meio tempo, somam-se apresentações em Roma, em uma festa underground da Normal Loko Crew no dia 21/07 e a Sundance em um Club na cidade de Dortmund na Alemanha no dia 18/08 ao lado de Psychoz, da Avatar Records.

Para encerrar a tour em grande estilo, o casal foi convidado para integrar o line up do festival preparado pela mizstifiedmind, em meio a uma floresta da Inglaterra, que ficou surpreso com a apresentação de Paula em sua festa no ano passado e não perderam a chance de incluí-los no line up.

Certamente um momento muito especial para esse casal que focando em seus objetivos vai mostrar seu set dançante e empolgante para o mundo.

Confira mais informações sobre as datas na agenda do site: www.thefullonproject.com.br

terça-feira, 5 de junho de 2007

Entrevista: DEMONIZZ

Desta vez o projeto em questão é o paulista Demonizz. Conversamos com os caras e finalmente podemos conhecer um pouco mais sobre um dos projetos mais promissores do Brasil.





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1) Olá amigos, sejam bem vindos ao Hazy Stories! Pra começar, apresentem-se.

THIAGO -
Olá, primeiramente obrigado pela oportunidade de responder a essa entrevista, nos deixando mais próximos do público interessado! Eu sou o Thiago, 23 anos, DJ de festa de amigos (risos), produtor a aproximadamente dois anos, paulistano nato! Adepto do underground music desde pivete e um eterno apaixonado pela boa musica!

LEANDRO - Em primeiro lugar agradeço a entrevista e confesso que nunca respondi nenhuma antes (risos).
Bom, vamos lá. Meu nome é Leandro Morales, 21 anos nasci e moro em São Paulo sou DJ a quatro anos e produtor a uns dois anos mais ou menos.


2) Como surgiu a idéia de começar a produzir Dark Trance?

THIAGO -
O sonho de produzir musica eletrônica vem de longa data. Quando eu era mais moleque já ouvia jungle, drum'n'bass, techno e ficava abismado me perguntando como seria possível criar esse tipo de som. A curiosidade me levou à vontade de produzir, mais tarde conheci o Goa e o Psytrance.
Alguns anos depois me "afundei" de vez no dark psychedelic, onde tudo começou ao lado de grandes amigos darkeiros de sangue (risos).
Identifiquei-me completamente com essa vertente, até então nova pra mim.
Acompanhei toda trajetória do projeto Noxious Voltage, que foi o maior empurrão para pensar mais sério no meu sonho de produzir, algum tempo depois eu e o Leandro nos conhecemos e decidimos então tentar trabalhar em um projeto juntos.

LEANDRO - Ixii foi engraçado demais como nos conhecemos. Eu já tocava fazia uns dois anos e uma vez fui para uma festa, junto com o Humberto Ponkan (Dono da Agência Chaporá).
Fomos para ajudar a montar a festa, pois estávamos trabalhando na organização. Neste dia conheci o Thiago, que estava começando a tocar (tocava mal pra cacete) (risos). Bom, daí em diante nos tornamos amigos, e um belo dia resolvemos mexer em alguns programas.
Eu já tinha facilidade com computador pois sempre trabalhei na área de Informática, então demos o pontapé inicial.
Eu lembro bem dos primeiros sons (risos) eram extremamente simples e toscos hehe. Ficávamos horas mexendo até que começamos a nos aperfeiçoar.


3) Vocês tocaram pra um público de 25 mil pessoas (!!!) no evento Virada Cultural recentemente, certo? Como foi tocar para um público tão grande? É algo muitíssimo raro, principalmente se tratando de dark psy.

THIAGO -
Eu nem sei como transformar em palavras tratando-se desse evento! O que posso falar e que nós nem esperávamos ter uma resposta tão positiva do publico.
Primeiramente, porque nosso som é um pouco mais pesado que os 'mais tradicionais’, e porque em um evento desse porte, muitas pessoas vão apenas para curtir sem muito conhecimento.
Mas a pista reagiu muito bem! Não vi sequer uma pessoa parada!
Isto fora o visual do centrão de SP que deu um toque a mais na psicodelia urbana (risos).

LEANDRO - Nossa senhora, nem me fale. Foi um sonho realizado.
Um evento tão grande, tão cultural, com tamanha diversidade musical. ..
Nós, juntamente com o Fabio Leal representando o Dark foi algo realmente inexplicável. Na hora que começamos a tocar eu fiquei com um pouco de receio sobre a reação do publico, mas graças a Deus foi muito bem aceito, realmente saímos de lá muito contentes!


4) Ainda sobre festas, vocês tocaram na Etnica ao lado de alguns dos produtores mais reconhecidos do cenário dark mundial, Zik e Baphomet Engine. O que vocês acharam da festa?

THIAGO -
Há tempos não vejo o verdadeiro conceito psychedelic nas festas como na Etnica.
Tudo com qualidade: sound system, line up, decoração, performances de ótimos artistas, e, principalmente, respeito ao publico!
Quanto a tocar ao lado de verdadeiros monstros do dark trance, é a nossa maior satisfação.

LEANDRO - Talvez a maior do Brasil tratando-se de festa psicodélica com certeza! Tocamos em todas as edições, já me sinto como um residente da festa (risos).
Na 2ª Étnica tivemos uma experiência interessante que foi o LIVE VS com o Cannibal Barbecue foi uma das melhores experiências da minha vida, tocamos uma seqüência de 3 tracks de cada projeto, e alguns versus, foi bem legal!
Na ultima Étnica deixamos a pista para o Baphomet Engine. Além de serem amigos pessoais, são realmente um dos melhores projetos do mundo!
Já a nossa primeira experiência com artistas internacionais foi com o Naked Tourist em 2005,e mais pra frente com o Alex aka Zik e seus projetos. Tocamos com ele na Etnica e na Makunba, uma festa indoor em Curitiba que marcou o lançamento do nosso projeto paralelo, Duophonix...com certeza para ficar na historia!

5) Sua primeira track foi lançada recentemente na compilação 'The Black Sun'
pelo selo brasileiro Dead Tree. Como está sendo a repercussão deste release?
Vocês tem planos de lançar mais faixas em breve?

THIAGO -
Sim. A Deep insane é uma track que foi escolhida a dedo para fazer parte da Dead Tree, talvez o lançamento de duas outras tracks previstas pra lançamento em breve sejam resultado da repercussão.

LEANDRO - Primeiro selo brasileiro. Primeira compilação 100% brasileira. Primeira track nossa lançada. Ficamos felizes demais por participar desse time. Obrigado Clóves e família Dead Tree Records.
Todas as tracks estão ótimas, uma VA que ganhou uma repercussão mundial.
Estamos lançando mais algumas... AGUARDEM!!! (risos)


6) Agora, além do Demonizz, vocês também fazem música com o nome Duophonix. Qual é a diferença entre os dois projetos?


THIAGO - Resolvemos lançar o Duophonix com a idéia de manter a linha antiga do Demonizz e poder escurecer um pouco mais as novas tracks, ou seja, o Duophonix tem uma linha mais dançante, twisted, mais 'aceitável' (risos)

LEANDRO - É... O Demonizz ficou mais voltado para o lado obscuro, mais pesado,
Já o Duophonix foi uma idéia nova. Não só manter a linha antiga do Demonizz, mas fazer algo mais acessível sem deixar cair pro full on night.


7) Recentemente podemos perceber que o projeto alcançou a maturidade. Quais os planos para o futuro do Demonizz?

THIAGO -
Eu prefiro não fazer planos, deixo rolar!
Mas tenho sonhos como: tocar fora e ser respeitado representando meu país, lançar álbum, enfim, ganhar a vida com isso!

LEANDRO - Existem diversos projetos nacionais de altíssimo nível como Neo Vox , Cannibal Barbecue, Bash, Chipset, Necropsycho, Karmazon e nem precisamos citar Baphomet né?! Eles são o nome do Brasil na cena dark mundial. Futuramente estou certo que muitas novidades virão para todos nós aqui.


8) Qual a configuração do estúdio de vocês?

LEANDRO -
Estamos montando dois estúdios cada um em sua respectiva casa, mais já estou com problema de espaço em casa (apartamento é fodaaa).
Mais no meu temos um computador PC e um Notebook para o live, uma placa de áudio, um par de monitores e um sintetizador Nord Lead.
No Thiago ...

THIAGO - Se eu contar vocês não acreditam!!!! (hahahahhahahhahahahhah)
Eu trabalho com um

PC Athlon 1.1ghz, 512 RAM
Monitores de Áudio - Samsom resolv 40a
Placa M-Audio

9) O que costumam ouvir além de dark trance, dentro e fora da música eletrônica?

THIAGO -
Gosto muito de Rock, anos 70, Led Zeppelin, Jimi Hendrix, The Doors, Black Sabbath, curto punk rock, MPB das antigas, reggae e dub, jazz, blues, e tudo o que a rádio não toca.
Dentro da musica eletrônica eu ainda sou fã dos bons e pesados D'n'B, hardtechno, IDM, curto muito trip hop, ambient...
Eu poderia falar uma infinidade de bandas e projetos que eu curto, como eu disse no começo da entrevista, sou apaixonado por musica boa, não me prendo a um só estilo.

LEANDRO - Bom eu escuto acho que de tudo, basta ser bom, somente isso


10) Para fechar, vamos falar um pouco de um assunto que tem sido um tanto polêmico. O que vocês acham da troca de músicas pela Internet?

LEANDRO -
Nossa!!! Esse assunto é extremamente complicado.
Bom, na minha humilde opinião Mp3 é bom para divulgação de seu trabalho e se a pessoa gosta que compre via Internet ou compre CD. Hoje em dia existem EPs, Beatport entre outras coisas que você paga barato e ajuda o artista!

THIAGO - Eu não apoio, acredito que, seja como produtor ou como DJ, precisa existir um investimento!
O produtor compra seus equipamentos, que não são baratinhos, o DJ então, compra seu material de trabalho também!


11) Muito obrigado pela entrevista caras! Deixem seu último recado para os
leitores.

LEANDRO -
Agradeço demais a entrevista, poucas pessoas apóiam o underground e a cena dark que está crescendo consciente aqui no Brasil. E espero ter contado um pouco sobre o Demonizz e como disse é a minha primeira entrevista espero ter atingido o meu objetivo de passar uma pouco sobre nossa vida para vocês.
Paz !!!

THIAGO - Eu que agradeço novamente!
Abram suas mentes, evoluam, o mundo não pode parar!
Dêem mais valor para produtos nacionais!



Somos eternamente gratos a algumas pessoas que fazemos questão de citar nome por nome (Pessoas que sempre acreditaram e nos apoiaram) :

Humberto Ponkan
Celo (Cannibal)
Sutemi
Fabio Leal
Dudu / Paulinho Pancho/ e toda a família causarina
Nossa Família / Nossos Pais
Marcelo Máster (Tio do Thiago)
Étnica CREW
DEAD TREE CREW
Nuno e Rosa (ADSutra)
Pedro e Gui Milani (Virada Cultural)
Toda galera que curte nosso trampo!
Ligia P.Martos (Esposa do Thiago)
Todos os artistas nossos amigos (Baphomet, Bash, Cannibal, Necropsycho, Chipset, Killer Buds, Xtatic, Insonic, Morus entre outros que esquecemos mas sempre estão junto).

SEM VOCES NÓS NÃO ESTARIAMOS AQUI !!!

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Entrevista por Bruno Azalim.

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Sites Relacionados:

www.demonizz.com
www.myspace.com/demonizz
www.orkut.com/Community.aspx?cmm=1813048

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