sábado, 28 de abril de 2007

Album Review: VA - Looney Tunes (2007)


Em um certo dia no Japão, dois caras (Dana e SpliffNik) resolveram fazer uma festa através de seu núcleo Brain Busters, e esta foi intitulada: Looney Tunes: A Night of Crazy Music. A primeira festa se realizou em janeiro de 2006, e a partir daí, todo mês aconteceu outra durante o ano todo. Esta é uma compilação com faixas de vários artistas que chegaram a tocar em alguma destas festas, como Savage Scream, Alien Mental e Horror Place que foi concebida como brinde aos que compareceram à festa comemorativa de um ano, em 6 de janeiro de 2007. Portanto não está à venda.
Mas não pense que tudo está perdido! Através do website de venda de música eletrônica Saiko Sounds (http://www.saikosounds.com/), quem faz uma compra de valor superior a 100 dólares pode obter uma cópia desta compilação gratuitamente. E vale a pena!
Looney Tunes é um dos melhores cds de dark psytrance já lançados e através desta resenha eu lhe mostrarei por quê.


1. Savage Scream – Voices Inside RMX
Antes de qualquer coisa devo confessar que tenho me tornado cada vez mais um adepto do dark trance japonês, e Mizuki, a mente demente por trás do projeto Savage Scream é o principal responsável por isto!
Pra começar o CD este japa insano nos remete a uma caixinha de música destas que sua vó tem ou provavelmente já teve algum dia, mas esta soa terrivelmente macabra enquanto navega de um lado para o outro do som. Há algo muito estranho no ar... Basslines agressivos, que nunca ficam na mesmice, efeitos estranhos e assustadores, synths bagunçados e com um toque infernal. Esta faixa é possuída por um frenesi absurdo, mesmo sendo executada apenas a 146bpm! No meio do caminho Mizuki insere um groove mais quebrado no bassline pra quebrar o gelo e voltar à correria de antes, desta vez com mais mudanças, e mesmo assim, não perde o seu jeito dark de ser. Perfeitamente identificável como Savage Scream a qualquer momento. Faixa sensacional!


2. Dejan – All Looney In The Dark
Uma seqüência cuidadosamente lisérgica de samples e bassline semelhante ao da faixa anterior, porém mais grave, me deixam empolgado para escutar esta faixa do Dejan. Esta é ótima para ser tocada em uma festa open air, no meio da madrugada. Flashbacks ácidos, música bem dançante! Os sintetizadores aplicados aqui são engraçados e esquisitos, bem no clima ‘cartoon’ que define o conceito do álbum. Música bem trabalhada e nada enjoativa. Mais um ponto positivo pra Brain Busters!

3. Alien Mental – Pot Politics RMX
Tudo começa com a voz de um certo político fazendo seu discurso, dramatizando, aumentando o tom de voz. Tudo cresce, cresce e de repente.. pára. Hahahaha, a track mal começou e você já foi enganado por esse alienígena mental! A voz recomeça, ‘the answer....’ e aí sim, começamos com o som frenético mais extraterrestre do dark trance. Bem vindo ao bizarro planeta do Alien Mental!
Dejan deu uma aula de psicodelia em sintetizadores na faixa anterior, mas Alien Mental dá um seminário completo de lisergia em tudo que compõe esta pequena obra-prima! Breaks inesperados e synths esquisitos. Bassline potente pontuado por vozes ao fundo. Quando você acha que acabou e finalmente poderá respirar aliviado: ‘get ready for this!’. Mais e mais dark trance de primeira qualidade bombardeando os neurônios. Como eu queria ter freqüentado alguma destas festas Looney Tunes...


4. Penta – Perfect Sunday
Se você gosta da linha fullonzada do Penta em Funraiser, nem passe perto desta track! Nikita nos apresenta uma linha nova, enveredando novamente pelo dark trance. Este é um som bem atmosférico, com sintetizadores ‘úmidos’ e ‘vivos’, como fungos de uma floresta do norte da Europa e uma linha percursiva bastante interessante. Se houvesse um caos maior na composição desta, com certeza daria um ótimo forest trance! É a faixa que inicia o novo cd do Penta, lançado recentemente. E ele está voltando para o dark, ainda bem!

5. Ghreg On Earth – The Elder Sign
A faixa anterior tem um aspecto bem orgânico, e esta é, literalmente, sua antítese. Ghreg puxa você da floresta e o arremessa direto para uma indústria fria e cinzenta. Tudo já começa com um bassline bem grave anunciando o terror que vem por aí na música mais obscura do CD. Com timbres rasgados e pesados, logo nos vemos entre máquinas e uma nuvem de fuligem. Como chamaríamos isso? Dark trance industrial? Está tudo escuro, sons metálicos e distorcidos por todos os lados. É Dark!

6. Noise Gust – Freak Out Syndrome
Mais um dos grandes nomes japoneses representando na compilação, mas este não consegue o mesmo brilho que o Savage Scream. Conheço algumas faixas do Noise Gust e devo dizer que esta não está entre as melhores. Alguns samples e synths repetidos à exaustão deixam a música cansativa. Apesar de tudo, deve funcionar bem no dancefloor. Pra mim, a pior do CD, mas isso não significa que seja ruim. Só não é tão boa quanto o resto...

7. Ocelot – 4BB
Esta é uma música interessante, pesada pra caramba, mas também não caiu no meu gosto. Uma das faixas mais darks do CD, mas a esta altura do campeonato já não apresenta nenhuma inovação. É o mesmo caso da música do Noise Gust: comparando com a enxurrada de tracks excelentes, esta não tem tanto brilho. Mas não deixa de ser boa também.

8. Galaxy Madness – Claymore
Aqui a coisa volta a esquentar! Algum trompete tocando uma melancólica musiquinha de circo, e um berro ‘Come On!’. Agora você acaba de entrar num estado de insanidade galáctica! Synths agressivos, bassline aceleradíssimo, bem do jeito que eu gosto. Viva o Japão! Bem que dizem que na terra do sol nascente tudo que há de bizarro no mundo tem sua vertente forte. Esses sintetizadores sujos me deixam com sérias tendências psicopatas. Aí quando tudo pára, eu escuto gargalhadas distorcidas aos berros, chamando a música de volta.Aaaahh há há há há! Repito, insanidade galáctica! Esta música bem que poderia se chamar Galaxy Madness, o nome encaixaria perfeitamente.

9. Horror Place – Brain Borat
Pra fechar a coletânea, nada melhor do que uma faixa deste cara, que já está virando lenda no dark trance: Alex ‘Zik’, o grego magrelo doente mental! A princípio uma musiquinha muito, mas muito feliz mesmo, destas de programa de TV infantil, começa a tocar, e de repente acelera até nos deixar no ponto certo pra música: 155 bpm. Começou a loucura. Uma voz repetida várias vezes ‘I like you’ e um pianinho no fundo. Vem aí a tal da psicodelia... Começam a chegar os ‘twisted synths’ do zik e segue uma percussão bem trabalhada. O problema desta track é a sua duração. Com menos de 6 minutos a base pára e só ouvimos ruídos. Boa faixa.



Bem, chegamos ao fim do álbum. O que devo dizer? Um dos melhores CDs de dark trance que eu já escutei. Uma pena ter sido lançado apenas como artigo promocional. Se tiverem a oportunidade de o adquirir pela promoção da Saiko Sounds, o faça! Realmente vale a pena!

www.brainbusters.info
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Resenha por Bruno Azalim

terça-feira, 24 de abril de 2007

Entrevista: MEGALOPSY

Conversamos com Nicolas 'Filter', do Megalopsy, que falou um pouco sobre seu projeto, a cena psytrance argentina e sua experiência no Brasil.


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1) Quem é e o que é o Megalopsy?

Nicolas - O projeto é formando por mim (Nicolas Di Bernardo) e pelo z1p (Matias Benamo), ambos somos de Buenos Aires. É difícil definir o que é o Megalopsy, pois ele muda todos os dias. Mas talvez eu possa dizer que nossa proposta é fazer música para explorar e aumentar a nossa percepção.


2) Como foi que o projeto começou?

Nicolas - Bem,nós só queríamos começar a fazer música eletrônica, então começamos, sem idéia fixa, apenas experimentando algumas coisas. Mas aí o lado psicodélico se tornou mais forte e foi quando nós definimos o nosso estilo. O nome veio logo depois e serviu perfeitamente.


3) Fiquei sabendo que vocês estavam envolvidos na organização de um festival aí na Argentina.

Nicolas - Ah, sim. Foi na semana santa, a duas semanas atrás. Aconteceu num lugar maravilhoso, na região de Mesiones, no meio da floresta. O Mayma foi nosso primeiro festival em um lugar tão distante. Nós ainda temos muito a aprender, mas a experiência foi maravilhosa. O maior problema foi a chuva que não deu trégua.


4) Como é a cena Psytrance argentina?

Nicolas - Eu acredito que seja um microcosmo do que está acontecendo no mundo. De um lado nós temos festas comerciais e pessoas que pensam que a cena não serve pra nada. No outro lado nós temos festas pequenas, artistas novos e muitas pessoas que acreditam na cena. No geral, eu posso dizer que nós estamos muito felizes com a nossa cena. Muitos artistas novos estão aparecendo e as festas estão ficando cada vez melhores.


5) Você e o Matias tem um selo chamado Dark Prisma, fale um pouco sobre ele.

Nicolas - A Dark Prisma records é exatamente do que esse crescimento se trata. Nós começamos esse selo porque nós queríamos representar uma nova pespectiva no trance psicodélico. Nós queremos destruir todas as divisões e simplesmente usar esta música para a nossa missão, que é fazer um grande buraco no tecido da realidade para deixar o outro lado entrar.

6) Você conhece ou gosta de algum projeto brasileiro de psytrance?

Nicolas - Pra falar a verdade, eu ainda não escutei muitos. O melhor que já escutei foi o Spectral Skunk.


7) É a primeira vez de vocês aqui no Brasil?

Nicolas - Na verdade é a terceira. Nos já tocamos antes no festival Garapia, em Porto Alegre, e numa festa chamada Disturb, em Curitiba.


8) Vocês já tocaram em quantos países?

Nicolas - Eu não sei ao certo em quantos países já tocamos (risos). Mas nossas ultimas viagens foram pro Uruguai, Brasil. Venezuela, Áustria, Alemanha, República Tcheca, Itália, Portugal e Bélgica.


9) Fora da música eletrônica que tipos de música você costuma ouvir?

Nicolas - Sempre gostei muito de nu metal e hip hop. Mas também escuto desde industrial até o grunge. Ultimamente tenho ouvido reggae e dub.


10) Dentro do psytrance, o que tem influenciado o som do Megalopsy?

Nicolas - Eu tenho ouvido muita coisa nova que tem saído pelos selos do mundo todo, especialmente coisas do Estados Unidos como Quasar, Gregh on earth e Fractal Cowboys. E muita coisa suéca como Derango e Hallucinogenic Horses.


11) O que o público pode esperar do live act do Megalopsy?

Nicolas - O live act que vamos tocar aí acabou de sair do forno, a maioria das músicas nós ainda nem lançamos ainda. Então eu diria que o público pode esperar uma surpresa cheia de aliens e criaturas psicodélicas berrando nas caixas de som.

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Entrevista feita por Eric Müller em Belém-PA no dia 19/04/07.

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Sites Relacionados:

www.megalopsy.com.ar

www.myspace.com/megalopsy

www.darkprisma.com.ar

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Welcome Freaks!

Sejam bem vindos freaks de todo o Brasil!

Hoje, dia vinte e quatro de abril de dois mil e sete está inaugurado oficialmente o blog Hazy Stories!
Aqui você, dark trancer brasileiro, encontrará entrevistas, reviews, comentários das festas e matérias em geral. Tudo relacionado ao Dark Psychedelic Trance, a mais indigesta vertente do psytrance!

O espaço está aberto para todo som eletrônico psicodélico e noturno, seja ele o weird, forest, minimal, progressive, night full-on ou ambient.


Quer colaborar com o blog? Tem alguma sugestão ou crítica? Mande um e-mail para hazystories@gmail.com.