domingo, 8 de julho de 2007
Entrevista: MINIMAL CRIMINAL
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1) Olá Valério, seja bem vindo ao Hazy Stories. Pra começar, quem é o Minimal Criminal?
Valério - O Minimal Criminal é um projeto de psygressive trance do Rio de Janeiro composto pelo Bruno Echoes e por mim,Valerio Zhyin. Agora também temos a participacao da Lady Omega, a cantora do meu projeto gótico, Kaiaphas. No Minimal Criminal, ela canta em algumas músicas e ajuda, algumas vezes, nas composições.
2) Me parece que vocês foram os pioneiros neste gênero musical aqui no Brasil. Conte-nos o que fez vocês produzirem dark progressive em um país predominantemente 'fullonzeiro'.
Valério - (risos) O mundo inteiro é predominantemente “fullonzeiro”. Nós produzimos psygressive simplesmente por que é o estilo que mais gostamos.
3) Como é a repercussão lá fora? É melhor do que no Brasil?
Valério - Bem, o Minimal Criminal nunca tocou no exterior. Eu já toquei na República Tcheca, Dinamarca, e Israel, mas era apenas DJ Set e achei que o público mostra um pouco mais de respeito aos artistas. Quase ninguém grita “acelera! “ ou pede aos DJs pra tocarem músicas que não tem a ver com seu estilo.
4) A primeira música que vocês lançaram foi a Reefer and Barbecue em parceria com o Krumelur. Como foi o processo de criação?
Valério - Quando eu soube que o Krumelur estava vindo ao Brasil e iria ficar na casa do Bruno eu logo bolei a idéia da música. Tinha que ser um som bem psicodélico com elementos de jazz. Comecei a musica, levei pra casa do Bruno e deixei o som com eles. Eles mexeram na música e colocaram um monte de coisas nela. Depois, peguei a musica de volta, terminei o arranjo, inseri mais alguns elementos e finalizei o som. Alguns dias depois, mandei pro Tim (Sensient) e ele adorou.
5) Vocês tem planos de fazer parcerias com outros artistas também?
Valério - Nós tentamos fazer um som com o Sensient, mas não rolou por que ele só ficou alguns poucos dias aqui no Rio. Ele só inseriu alguns efeitos na track “Leprechaun Lexicon”.
6) Quais as próximas músicas a serem lançadas? Vão sair duas na compilação The Plot Thickens (Crotus vs Cosmic Conspiracy), certo?
Valério - Isso, a “Dark Lord of the Synth” e o nosso remix da “Trukket i Lyden” do Moses (Dinamarca). Além destas, têm a “Graverobbers from Outer Space”, que será lançada pela nova gravadora Halu Beats (Hungria), e a “Red Mongolian Deathworm” que talvez será lançada pela Zenon rec.(Australia).
Tambem tem a música “True Type Format”, do meu projeto Zhyin, que vai sair na compilação “Night Vision” da revista Freeze Magazine (Israel). Esta é uma faixa de tech-trance.
7) Existem planos para o lançamento de um álbum do Minimal Criminal?
Valério - Sim, em 2008 pela Cosmic Conspiracy rec. (Nova Zelândia).
8) A maioria das apresentações recentes estão sendo executadas apenas pelo seu parceiro Bruno Echoes, porquê você não tem se apresentado ao vivo também?
Valério - Bem, na última festa que eu toquei junto com o Bruno, o “organizador” não nos pagou nada. Aliás, ele não pagou a ninguém que tocou, inclusive o Huxflux(Suecia). Depois desta eu resolvi nunca mais tocar a não ser que tivesse contrato e tudo feito certinho. Infelizmente, muitas das festas que nós tocamos foram através da agência Wild Artists, e nestes casos eu nunca vi os contratos. Coincidentemente, em quase todas as festas alguma coisa deu errado, enfim, era perrengue demais. Chega de estresse. Eu só toco se puder fechar tudo diretamente com o organizador.
No final de Junho eu volto para os EUA, onde fui criado, e vou continuar o Minimal Criminal por lá. O Bruno vai continuar com o projeto aqui. Daí em diante, só volto ao Brasil durante o verão.
9) Vocês já estiveram se apresentando em que países além do Brasil?
Valério - Até hoje, só no Brasil mesmo. Eu já toquei lá fora, mas era só DJ Set em festas pequenas.
10) Como é o processo de produção de vocês? Produzem juntos ou cada um faz uma parte e manda para o outro continuar? Cada um tem uma função?
Valério - São poucas as músicas que nós produzimos juntos. Cada um prefere produzir em sua própria casa.
11) Conte-nos sobre os seus projetos paralelos.
Valério - Além do Minimal Criminal, tenho 3 outros projetos; Kaiaphas, Zhyin, e Thokkian Vortex.
Kaiaphas é uma banda gótica eletrônica que já fez varias apresentações em eventos góticos pelo Brasil.
Zhyin é electro/trance/techno.
Thokkian Vortex é o meu projeto solo de black metal inspirado pelas bandas norueguesas do início dos anos 90.
Bem antes de começar a produzir música eletrônica eu cantava numa banda famosa de black metal chamada Ancient.
O Bruno tem Minimal Groove e Dopped.
Minimal Groove é o projeto solo dele de minimal techno/electro.
O Dopped é o projeto de psytrance que ele faz junto com o Kaká (Magma Ohm/Ultramind), de BH.
12) Como você definiria o som do Minimal Criminal?
Valério - Psygressive trance. Uma mistura de psytrance com progressive trance. Quase sempre entre 133 e 140 bpm.
13) Quais as suas principais influências?
Valério - Sensient, Krumelur, Cujorius One, Tetraktys, etc.
14) Muito obrigado pela entrevista Zhyin. O espaço agora é seu.
Valério - Eu quero agradecer a todos vocês que curtem o nosso som. Valeu muito por seu apoio! Gosto de saber que tem outros brazucas comecando a produzir esse estilo. Tomara que o dark progressive/minimal/psygressive continue a crescer...
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Entrevista por Bruno Azalim.
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Sites Relacionados:
www.minimal-criminal.com
www.myspace.com/minimalcriminal
www.myspace.com/zhyin
www.myspace.com/dopped
www.kaiaphas.de
www.myspace.com/kaiaphas
www.myspace.com/thokkianvortex
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quinta-feira, 21 de junho de 2007
Entrevista: GHREG ON EARTH
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1) Primeiro de tudo, quem é Ghreg e por quê ele está Na Terra (On Earth)?
Ghreg - Boas perguntas... provavelmente têm a ver com o alinhamento das estrelas, sequências de DNA e qualquer outra questão aleatória importante no fator humano.
2) Quando você começou a produzir música eletrônica? Por quê? E porquê o dark trance?
Ghreg - Lá pelo ano de 1994 eu comprei meu primeiro equipamento, era um velho ‘Ensoniq workstation’. Ele podia gravar samples e sequenciar. Eu sampleava minha voz várias vezes e usava os efeitos do equipamento, resampleando várias e várias vezes até o meio da madrugada. Não houve nenhum computador no meu setup por um bom tempo, apenas alguns sintetizadores interligados via Midi e esse tipo de coisas. Bem arcaico se comparado a hoje em dia. Ao longo dos anos eu produzi dub, industrial e um pouco de drum’n’bass. Eu não levei produção a sério até meados de 1999, que foi quando eu adquiri um computador. E é a partir daí que eu comecei a produzir trance.
3) O que você acha da cena dark trance? Tem mais a crescer ou está estagnada?
Ghreg - Não tenho certeza. Eu não presto muita atenção a esta ou aquela cena, apenas faço meu som. Acho que os rótulos estão se tornando menos relevantes à medida que a música evolui para algo além da velha e entediante dualidade: escuridão x luz ou full on x blah ou blah x Godzilla. O equilíbrio dos fatores é o que deixa as coisas realmente interessantes. Este tipo de som mais pesado é o que eu gosto de verdade, mas a única maneira de mantê-lo sempre interessante é não caindo na armadilha de ficar preso em alguma fórmula. Dark trance é uma formula atualmente... assim como o Full On ou Progressive. Estas são todas receitas prontas. Nomear algo é prendê-lo dentro de uma caixa...
4) Quais são as suas influências? Eu percebo um toque ‘industrial’ nas suas músicas...
Ghreg - Você está certo. Eu estive em algumas bandas de industrial nos anos 90 e toquei música industrial como DJ por vários anos, então é natural que isto influência nas minhas composições. Eu continuo gostando de Skinny Puppy, Clock DVA & Young Gods, etc. Uma parte desta influência já surge inconscientemente, mas também faço isso com intenção, porquê estes artistas realmente sabem como produzir música eletrônica agressiva. Foi um marco na e-music e alguns permanecem completamente inovadores ainda hoje.
Além da influência de industrial, há ainda a influência de muita coisa diferente. Breakcore, Metal, Ambient... Tenho escutado muito pedal slide guitar ultimamente. Eu estou muito interessado em alcançar o ponto em que a música eletrônica comece a soar mais orgânica e menos rígida, onde a música para se dançar se funda à música para se escutar. Existe esta dualidade concebida a respeito do que importa mais na composição, mas o mais importante é encontrar uma maneira criativa que permita que um tipo de síntese ocorra, estabelecendo uma relação harmoniosa entre os dois mundos.
5) Quais foram a melhor e a pior festa que você já tocou?
Ghreg - Hmm... Eu provavelmente esqueci a pior festa, estas tendem a não ser memoráveis. Houveram muitas festas excelentes, não há como escolher uma favorita. Love Projector Summer Solstice Festival, em 2002, e Boom Festival 2006 são os nomes que me vêm à cabeça agora.
6) Você produz algum outro gênero de música eletrônica?
Ghreg - Sim. Ambient, Drum and Bass, “IDMish breakish stuff”. E tenho alguns outros projetos a caminho, mas ainda é muito cedo para dizer algo a respeito.
7) Você já esteve no Brasil uma vez, certo? Conte-nos sobre esta experiência.
Ghreg - Eu estive no Brasil por uma semana em 2002 para o festival Ypy Poty, perto de Paraty. Foi muito bom! Natureza linda, pessoas legais, só tive bons momentos aí…

8) Você pretende voltar me breve?
Ghreg - Adoraria visitar o Brasil de novo! Ouviram, promotores de festas?
9) Você acabou de voltar de uma turnê na Europa. Como foi lá?
Ghreg - Sim, eu acabei de voltar de uma pequena turnê pela Europa. Estive na Alemanha, Rússia, Holanda e Áustria... Foi ótimo. Tive a chance de escalar os Alpes austríacos e passar muito tempo em meio à natureza. A festa em Amsterdam foi muito divertida, as pessoas estavam se preparando para o ‘Queens Day’ e o clima de festa estava no ar por toda a cidade. Na Rússia e em Berlim também foi ótimo!
10) Como é a cena dark trance aí nos Estados Unidos? Recentemente pudemos ouvir alguns ótimos produtores daí (Mubali, Amanda, Fractal Cowboys...). Há alguma festa focada exclusivamente neste tipo de música?
Ghreg - Em São Francisco e na área costeira próxima, sim. Acho que posso dizer que isto já vale para a costa oeste no geral. Ocorrem ótimas festas no deserto, festas na floresta, festas na montanha. Existe uma forte comunidade trance underground aqui já há algum tempo, vários promotores de festa: Love Projectors, Red Tribe, CCC, Peace Tour, Mistress of Evil... Temos uma rica história psicodélica. Os artistas de São Francisco tendem a ser ‘mavericks’ à sua própria maneira: têm muita paixão e criatividade testando os limites da música fora dos interesses comerciais ou das fórmulas.
Quanto ao resto dos estados, o processo tem sido um pouco mais lento, mas no momento parece estar se desenvolvendo. Vários festivais e festas estão ocorrendo em lugares em que não houve nada por vários anos. Há também mais artistas destes estados do que jamais houve antes. Estou observando os festivais de verão que tem ocorrido aqui na América do Norte e ouvindo a vários artistas e o que eles têm feito.
11) E sobre as festas 'Looney Tunes' no Japão. Você lançou uma faixa arrasadora na compilação comemorativa de um ano! Conte-nos sobre estas festas.
Ghreg - Primeiro, obrigado pelo elogio! E sim, é uma grande compilação, várias ótimas faixas ali. Dana e Nik fizeram isto juntos e devo dizer, que fizeram muito bem feito! Eles estão por trás do núcleo Brain Busters em Tóquio, a compilação foi um brinde distribuído na festa de aniversário de um ano que aconteceu lá. Festas muito boas! Existe uma paixão muito grande pela música no Japão, estar lá é muito inspirador.
Elder Sign está sendo tocada atualmente durante o som pré-show na última turnê do Skinny Puppy. Confiram se tiverem oportunidade, é uma apresentação lendária.
12) Você conhece algo do dark trance brasileiro (Baphomet Engine, e os projetos mais recentes, Cannibal Barbecue, Bash, Chipset...)? O que acha?
Ghreg - Não conheço muita coisa, mas o que eu já ouvi é de qualidade, e espero ouvir mais.
13) O que podemos esperar do Ghreg On Earth em 2007 e 2008?
Ghreg - Estarei nos EUA e México no verão e retorno à Europa no outono. Novas músicas estão saindo do forno e haverá um novo álbum em algum momento do ano que vem. Têm também o Vou Duex, que sou eu, Mubali, Fractal Sadhus e Freaks of Nature; um super projeto. Veremos algo dele antes do fim do ano, com algumas apresentações inclusas. Tem também uma colaboração com o DataBomb, que fez o trabalho de produção no último álbum do Skinny Puppy, Mythmaker. E, pra finalizar, alguns releases em compilações e outros projetos pela frente. Estou realmente atarefado ultimamente!!
14) Muito obrigado, Ghreg! Deixe uma mensagem para os freaks brasileiros.
Ghreg - Saudações ‘freaks brasileiros’, espero visitá-los em breve para compartilhar um pouco de música, tomar açaí e apreciar a linda paisagem brasileira com o sol ao fundo.
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Entrevista por Bruno Azalim
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Sites Relacionados:
http://www.myspace.com/ghregonearth
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sexta-feira, 15 de junho de 2007
Entrevista: DJ WIZDUMB
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1) E aí Wizdumb! Tranquilo? Apresente-se para os freaks brasileiros.
Wizdumb - Oi, eu sou o Wizdumb, também conhecido como Aviel.
2) Primeiro de tudo, porquê o codinome ‘Wizdumb’?
Wizdumb - É a natureza básica da dualidade encontrada em tudo neste mundo.
Sábio (Wise) e burro (Dumb). Escuridão e luz. Ying e Yang.
Isso representa perfeitamente o meu senso de humor e o meu estilo de tocar.
3) Por quê o progressive/minimal psytrance?
Wizdumb - He he he...
Uma questão pessoal interessante.
O minimal mexe comigo de diversas maneiras e me lembra da vida assim como de tudo que é inerente a ela. Eu gosto bastante desta característica onde ‘menos é mais’ e da energia superior que este gênero proporciona o tempo todo, indo lenta e profundamente, acrescentando ou removendo elementos. È uma arte. Aqui é resgatado o foco original da música: ritmo, percussão e groove.
Ele também se conecta aos meus princípios filosóficos e à natureza ‘ying yang’ da vida. O som é cru, primal e descompromissado ao mesmo tempo que o insere numa atmosfera com muito espaço para se mover através dos ritmos, possibilitando à mente viajar para fora da dimensão corpórea.
4) Este gênero tem prevalecido nos seus DJ Sets durante toda a sua carreira?
Wizdumb - Sim. Eu comecei mixando psy, e esta tem sido a área prevalescente explorada nos dancefloors ao longo dos anos. Meu estilo evoluiu e continua evoluindo, sofrendo mutações, combinando novas idéias e elementos, mas no final, a base do gênero permanece a mesma desde o começo.
Já toquei em residências de vários clubs os seguintes gêneros: Tek / BreakBeat / Prog / ElectroTek / Minimal IDM / DUB e você pode me encontrar tocando sets de DUB/Breakbeat/Ambient /Chillout como Dj ''KingDumb''
Eu realmente admiro artistas que incorporam outras técnicas e estilos na produção. Por exemplo: inserir elementos de funk, breaks psicodélicos desordenados, dirty techno, glitch, etc em suas composições. Tenho buscado os artistas que fazem uma mistura que consiga fugir das classificações e rótulos.
5) Você produz suas próprias músicas?
Wizdumb - Não. Eu nunca encontrei o tempo necessário para me dedicar totalmente à produção, mas penso em fazer isso algum dia...
Eu trabalho bem próximo a vários artistas e amigos no estúdio e eles tendem a criar faixas que reflitam o som da Cosmic Conspiracy ou em alguns casos já o fazem especialmente tendo meus DJ Sets em mente.
Eu tento manter acréscimos desafiadores e interessantes como o uso de samplers, hardware e efeitos externos nos DJ Sets ao longo dos anos. E eu tenho tocado samplers, pads Koas, entre outros, ao lado de respeitados live acts e DJs ao redor do mundo.
Algum dia eu quero ter o tempo necessário para produzir meu próprio trabalho, e quando eu o fizer, vai ser feito sob o nome 'Tripinstumble'.
6) Você já esteve no Brasil? Qual é a sua impressão sobre o nosso país?
Wizdumb - Não. No momento exato desta entrevista eu nunca estive no Brasil. Já ouvi de alguns amigos que tocam aí regularmente que a energia nas festas é muito forte, então, estou totalmente interessado em fazer uma visita em breve. Há uma discussão sobre uma turnê da Cosmic Conspiracy no próximo ano... Se houver algum promotor interessado aí deste lado do mundo, entre em contato e nós podemos negociar ofertas especiais para o booking dos nossos artistas.
7) Você é o dono de um dos selos mais importantes do gênero, a ‘Cosmic Conspiracy Records’. Como ele começou e para onde está indo?
Wizdumb - Tudo começou a alguns anos atrás na India, quando eu comecei a mixar e os caminhos da vida me conectaram à artistas de música eletrônica pelo país afora. Então eu comecei a organizar eventos ao ar livre para promover aqueles novos trampos e estilos musicais, sempre os incluindo nos meus sets. Os anos foram passando e esta música tornou-se uma constante na minha vida e em todo lugar que eu visitei no mundo.
Sete anos se passaram, e, quando eu já estava aqui na Nova Zelândia formei a Cosmic Conspiracy Records, com o objetivo de promover os artistas que exploram os estranhos territórios do progressive minimal psy. Artistas que eu sinto que definitivamente merecem serem promovidos, encorajados e escutados pelas pessoas em todo o planeta.
Quanto à direção que a Cosmic Conspiracy está indo, vamos continuar a trabalhar para expor os novos e interessantes artistas ao maior público possível. Então, podem contar com mais música eletrônica minimal esmagadora das mais viajantes e esquisitas variedades disponíveis, feita por quem e para quem realmente aprecia.
8) O projeto brasileiro ‘Minimal Criminal’ é, atualmente, parte da família Cosmic Conspiracy. Como você os conheceu? Conte-nos sobre esta parceria e sobre os seus futuros planos com eles.
Wizdumb - Os caras do Minimal Criminal são membros sólidos da equipe Cosmic Conspiracy Records. Bruno e Valério são dois dos produtores mais divertidos e inovadores no Progressive e Minimal Trance.O som deles, na minha opinião, incorpora um bom equilíbrio de ingredientes. Dark e sério, mas ao mesmo tempo, divertido e estranho. Sólido e firme, mas maleável e viajante. É definitivamente o que nós procuramos e já aviso que lançaremos seu debut album em 2008.
Wizdumb - Com certeza. Do Brasil temos o remix que o Minimal Criminal fez para a track ‘Trukket I lyden'’, do Moses, lançada no Crotus Soundscapes Vol1 e a track Dark Side Of The Synth.
Também introduzindo dois novos projetos brasileiros, Zion In Mad, cuja faixa H5N1 começa o cd da melhor maneira possível. E Dopped, o projeto solo do Bruno (M. Criminal), com basslines de outro mundo.A compilação ‘The Plot Thickens ‘ surgiu quando Bes estava vivendo e visitando a Nova Zelândia. Nós estávamos tocando em vários eventos juntos e falamos sobre o conceito de uma compilação versus, aí acabou rolando! O álbum foi criado com um forte elemento versus durante o desenvolvimento das músicas e o trabalho desenvolvido é realmente uma compilação que explora os sons e estilos dos dois selos.
10) Eu pensei que a Crotus Records tinha morrido…
Wizdumb - Sim, tecnicamente eles fecharam as portas em 2006.
Este release vem principalmente por causa do respeito que tenho pela Crotus Records e suas contribuições para a música minimal.
Uma homenagem feita em grande estilo. Espero que as pessoas gostem.
11) Junto com a Cosmic Conspiracy, a cena minimal psy é movida principalmente pela Zenon Records, do Sensient. Há planos para uma futura parceria?
Wizdumb - Zenon e Tim (Sensient) tem feito um trabalho excelente. Várias remessas de Minimal/Psygressive e Tekpsy arremessadas sobre o mundo. Eles têm oferecido alguns dos álbuns da melhor qualidade em muitos anos. Eu estou, com certeza, aberto a uma colaboração com eles, mas ainda não falamos sobre nenhum projeto em particular. Tim fez a masterização das nossas duas últimas compilações, assim como do álbum do Bufo – Bug Eyes. Estarei trabalhando com ele de novo em breve para um trabalho de masterização e o recomendo para quaisquer artistas e selos de minimal/dark/tek psy procurando por finalização com qualidade.
Wizdumb - A melhor maneira de os novos produtores se apresentarem é pelo contato online, ou, à antiga maneira (que é a melhor): mandando demos para nossa caixa postal. É melhor porquê eu sempre estou viajando e muitas vezes não tenho tempo de ficar checando e-mails e e-demos. Então, para os artistas interessados, o endereço de nossa caixa postal está listado em nossa home page: http://www.cosmicconspiracy.co.nz/
Os fatores principais que eu ouço e analiso são: o fator “crunch”, percussão poderosa, grooves e energias líquidas e o equilíbrio destes elementos. O artista está explorando novos territórios em suas produções?
Por quanto tempo o som vai permanecer atual é outra questão que eu valorizo. Por exemplo, eu poderei tocar a faixa daqui a alguns anos ou ela só é relevante agora? No caso desta última opção, eu prefiro evitar.
13) Você acha que o minimal/dark psychedelic trance vai ter uma grande evolução nos próximos anos? Nós temos muito poucos lançamentos do gênero atualmente...
Wizdumb - É muito difícil dizer... No momento atual o progressive psytrance (inclusive seu lado dark) tem sofrido muita influência de outros estilos e subgêneros, como as influências do break beat, electro e house.
Isto é resultado de uma metamorphose de sons que vai continuar sempre. Então, os produtores de minimal/dark psychedelic trance podem continuar evoluindo e incorporando novos elementos. Se as pessoas comprarem os CDs dos artistas de minimal/progressive que elas gostam, isto vai encorajar os selos e produtores do gênero a continuarem a produzir suas músicas.
Ultimamente eu estou realmente muito feliz pelo fato dos gêneros da música eletrônica executarem constantemente a mutação e incorporação de outras técnicas. Esta é a minha opinião: nunca deixar a música estagnar e ajudá-la a crescer sempre burlando os rótulos.
14) O que podemos esperar da CCR em 2007/2008?
Wizdumb - Após do release do THE PLOT THICKENS, nós vamos lançar o nosso primeiro album de DUB/Chill out, uma compilação que compartilha com o resto do mundo alguns dos mais inovadores artistas que vem se revelando em Aotearoa (Nova Zelândia) "A terra da longa nuvem branca”, aonde a música Dub é uma parte muito importante da cultura.
E a PARTLY CLOUDY é mais uma compilação temática. Ao contrário da THE LURKER, que ia ao fundo do oceano, agora é hora de voltar e observar as nuvens transitarem em suas mais variadas formas. Esta compilação demorou bastante tempo para ser produzida.
Também tem o ‘Synaesthesis’, debut album do Hayden Morison, aka Product Placement (Australia), um dos artistas de minimal mais interessantes do planeta, seguido pelo debut do Minimal Criminal em 2008.
E por ultimo, vários e vários artistas do selo em turnê pelo mundo.
Wizdumb - Vou finalizar deixando uma citação:
"Nada acontece a você por acidente.
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Entrevista por Bruno Azalim
quarta-feira, 13 de junho de 2007
News: Djs Janczur & Paula em tour pela Europa nos próximos meses.

Porém, dessa vez, as coisas tomam um rumo um pouco diferente. No ano passado os gigs vieram por causa da viagem do casal que já estaria na Europa na alta temporada. Em 2007, os cabeças do crew do Full On Project saem do Brasil com 7 datas previamente marcadas, por enquanto.
Serão dois meses tocando em festas e festivais em diversos países, alguns deles ainda com apresentações inéditas, onde o casal terá a oportunidade de dividir o palco com muitos dos produtores que tocam em seus sets hoje em dia e rechear seu case com as melhores novidades do verão europeu.
A tour começa no monstruoso Antiworld 070707 Festival, que vai contar com os maiores artistas da música eletrônica internacional para os mais diversos gostos e estilos. Psytrance, Techno, Hard Dance, House, Break Beat, Hip Hop se fundem em mais de 10 pistas para 3 dias de celebração à música eletrônica.
No dia 14/07, o casal se apresenta ao lado de grandes nomes brasileiros como 2HI e Burn in Noise na Digital Hive, uma festa organizada por brasileiros na cidade de Londres que é uma das mais conceituadas do circuito britânico e famosa em toda a cidade.
Na trilha dos festivais, Janczur e Paula também têm bookings confirmados e presença garantida no Freaky Dragons Festival, ao lado de grandes artistas focados em night time music, que promete ser o grande momento da trip. Na Eslováquia, eles retornam para o Pacha Mama Ritual, depois de uma apresentação inesquecível no ano passado tanto para os artistas quanto para o público, com a intenção de repetir o feito.
Nesse meio tempo, somam-se apresentações em Roma, em uma festa underground da Normal Loko Crew no dia 21/07 e a Sundance em um Club na cidade de Dortmund na Alemanha no dia 18/08 ao lado de Psychoz, da Avatar Records.
Para encerrar a tour em grande estilo, o casal foi convidado para integrar o line up do festival preparado pela mizstifiedmind, em meio a uma floresta da Inglaterra, que ficou surpreso com a apresentação de Paula em sua festa no ano passado e não perderam a chance de incluí-los no line up.
Certamente um momento muito especial para esse casal que focando em seus objetivos vai mostrar seu set dançante e empolgante para o mundo.
Confira mais informações sobre as datas na agenda do site: www.thefullonproject.com.br
terça-feira, 5 de junho de 2007
Entrevista: DEMONIZZ
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1) Olá amigos, sejam bem vindos ao Hazy Stories! Pra começar, apresentem-se.
THIAGO - Olá, primeiramente obrigado pela oportunidade de responder a essa entrevista, nos deixando mais próximos do público interessado! Eu sou o Thiago, 23 anos, DJ de festa de amigos (risos), produtor a aproximadamente dois anos, paulistano nato! Adepto do underground music desde pivete e um eterno apaixonado pela boa musica!
LEANDRO - Em primeiro lugar agradeço a entrevista e confesso que nunca respondi nenhuma antes (risos).
Bom, vamos lá. Meu nome é Leandro Morales, 21 anos nasci e moro em São Paulo sou DJ a quatro anos e produtor a uns dois anos mais ou menos.
2) Como surgiu a idéia de começar a produzir Dark Trance?
THIAGO - O sonho de produzir musica eletrônica vem de longa data. Quando eu era mais moleque já ouvia jungle, drum'n'bass, techno e ficava abismado me perguntando como seria possível criar esse tipo de som. A curiosidade me levou à vontade de produzir, mais tarde conheci o Goa e o Psytrance.
Alguns anos depois me "afundei" de vez no dark psychedelic, onde tudo começou ao lado de grandes amigos darkeiros de sangue (risos).
Identifiquei-me completamente com essa vertente, até então nova pra mim.
Acompanhei toda trajetória do projeto Noxious Voltage, que foi o maior empurrão para pensar mais sério no meu sonho de produzir, algum tempo depois eu e o Leandro nos conhecemos e decidimos então tentar trabalhar em um projeto juntos.
LEANDRO - Ixii foi engraçado demais como nos conhecemos. Eu já tocava fazia uns dois anos e uma vez fui para uma festa, junto com o Humberto Ponkan (Dono da Agência Chaporá).
Fomos para ajudar a montar a festa, pois estávamos trabalhando na organização. Neste dia conheci o Thiago, que estava começando a tocar (tocava mal pra cacete) (risos). Bom, daí em diante nos tornamos amigos, e um belo dia resolvemos mexer em alguns programas.
Eu já tinha facilidade com computador pois sempre trabalhei na área de Informática, então demos o pontapé inicial.
Eu lembro bem dos primeiros sons (risos) eram extremamente simples e toscos hehe. Ficávamos horas mexendo até que começamos a nos aperfeiçoar.
3) Vocês tocaram pra um público de 25 mil pessoas (!!!) no evento Virada Cultural recentemente, certo? Como foi tocar para um público tão grande? É algo muitíssimo raro, principalmente se tratando de dark psy.
THIAGO - Eu nem sei como transformar em palavras tratando-se desse evento! O que posso falar e que nós nem esperávamos ter uma resposta tão positiva do publico.
Primeiramente, porque nosso som é um pouco mais pesado que os 'mais tradicionais’, e porque em um evento desse porte, muitas pessoas vão apenas para curtir sem muito conhecimento.
Mas a pista reagiu muito bem! Não vi sequer uma pessoa parada!
Isto fora o visual do centrão de SP que deu um toque a mais na psicodelia urbana (risos).
LEANDRO - Nossa senhora, nem me fale. Foi um sonho realizado.
Um evento tão grande, tão cultural, com tamanha diversidade musical. ..
Nós, juntamente com o Fabio Leal representando o Dark foi algo realmente inexplicável. Na hora que começamos a tocar eu fiquei com um pouco de receio sobre a reação do publico, mas graças a Deus foi muito bem aceito, realmente saímos de lá muito contentes!
4) Ainda sobre festas, vocês tocaram na Etnica ao lado de alguns dos produtores mais reconhecidos do cenário dark mundial, Zik e Baphomet Engine. O que vocês acharam da festa?
THIAGO - Há tempos não vejo o verdadeiro conceito psychedelic nas festas como na Etnica.
Tudo com qualidade: sound system, line up, decoração, performances de ótimos artistas, e, principalmente, respeito ao publico!
Quanto a tocar ao lado de verdadeiros monstros do dark trance, é a nossa maior satisfação.
LEANDRO - Talvez a maior do Brasil tratando-se de festa psicodélica com certeza! Tocamos em todas as edições, já me sinto como um residente da festa (risos).
Na 2ª Étnica tivemos uma experiência interessante que foi o LIVE VS com o Cannibal Barbecue foi uma das melhores experiências da minha vida, tocamos uma seqüência de 3 tracks de cada projeto, e alguns versus, foi bem legal!
Na ultima Étnica deixamos a pista para o Baphomet Engine. Além de serem amigos pessoais, são realmente um dos melhores projetos do mundo!
Já a nossa primeira experiência com artistas internacionais foi com o Naked Tourist em 2005,e mais pra frente com o Alex aka Zik e seus projetos. Tocamos com ele na Etnica e na Makunba, uma festa indoor em Curitiba que marcou o lançamento do nosso projeto paralelo, Duophonix...com certeza para ficar na historia!
5) Sua primeira track foi lançada recentemente na compilação 'The Black Sun'
pelo selo brasileiro Dead Tree. Como está sendo a repercussão deste release?
Vocês tem planos de lançar mais faixas em breve?
THIAGO - Sim. A Deep insane é uma track que foi escolhida a dedo para fazer parte da Dead Tree, talvez o lançamento de duas outras tracks previstas pra lançamento em breve sejam resultado da repercussão.
LEANDRO - Primeiro selo brasileiro. Primeira compilação 100% brasileira. Primeira track nossa lançada. Ficamos felizes demais por participar desse time. Obrigado Clóves e família Dead Tree Records.
Todas as tracks estão ótimas, uma VA que ganhou uma repercussão mundial.
Estamos lançando mais algumas... AGUARDEM!!! (risos)
6) Agora, além do Demonizz, vocês também fazem música com o nome Duophonix. Qual é a diferença entre os dois projetos?
THIAGO - Resolvemos lançar o Duophonix com a idéia de manter a linha antiga do Demonizz e poder escurecer um pouco mais as novas tracks, ou seja, o Duophonix tem uma linha mais dançante, twisted, mais 'aceitável' (risos)
LEANDRO - É... O Demonizz ficou mais voltado para o lado obscuro, mais pesado,
Já o Duophonix foi uma idéia nova. Não só manter a linha antiga do Demonizz, mas fazer algo mais acessível sem deixar cair pro full on night.
7) Recentemente podemos perceber que o projeto alcançou a maturidade. Quais os planos para o futuro do Demonizz?
THIAGO - Eu prefiro não fazer planos, deixo rolar!
Mas tenho sonhos como: tocar fora e ser respeitado representando meu país, lançar álbum, enfim, ganhar a vida com isso!
LEANDRO - Existem diversos projetos nacionais de altíssimo nível como Neo Vox , Cannibal Barbecue, Bash, Chipset, Necropsycho, Karmazon e nem precisamos citar Baphomet né?! Eles são o nome do Brasil na cena dark mundial. Futuramente estou certo que muitas novidades virão para todos nós aqui.
8) Qual a configuração do estúdio de vocês?
LEANDRO - Estamos montando dois estúdios cada um em sua respectiva casa, mais já estou com problema de espaço em casa (apartamento é fodaaa).
Mais no meu temos um computador PC e um Notebook para o live, uma placa de áudio, um par de monitores e um sintetizador Nord Lead.
No Thiago ...
THIAGO - Se eu contar vocês não acreditam!!!! (hahahahhahahhahahahhah)
Eu trabalho com um
PC Athlon 1.1ghz, 512 RAM
Monitores de Áudio - Samsom resolv 40a
Placa M-Audio
9) O que costumam ouvir além de dark trance, dentro e fora da música eletrônica?
THIAGO - Gosto muito de Rock, anos 70, Led Zeppelin, Jimi Hendrix, The Doors, Black Sabbath, curto punk rock, MPB das antigas, reggae e dub, jazz, blues, e tudo o que a rádio não toca.
Dentro da musica eletrônica eu ainda sou fã dos bons e pesados D'n'B, hardtechno, IDM, curto muito trip hop, ambient...
Eu poderia falar uma infinidade de bandas e projetos que eu curto, como eu disse no começo da entrevista, sou apaixonado por musica boa, não me prendo a um só estilo.
LEANDRO - Bom eu escuto acho que de tudo, basta ser bom, somente isso
10) Para fechar, vamos falar um pouco de um assunto que tem sido um tanto polêmico. O que vocês acham da troca de músicas pela Internet?
LEANDRO - Nossa!!! Esse assunto é extremamente complicado.
Bom, na minha humilde opinião Mp3 é bom para divulgação de seu trabalho e se a pessoa gosta que compre via Internet ou compre CD. Hoje em dia existem EPs, Beatport entre outras coisas que você paga barato e ajuda o artista!
THIAGO - Eu não apoio, acredito que, seja como produtor ou como DJ, precisa existir um investimento!
O produtor compra seus equipamentos, que não são baratinhos, o DJ então, compra seu material de trabalho também!
11) Muito obrigado pela entrevista caras! Deixem seu último recado para os
leitores.
LEANDRO - Agradeço demais a entrevista, poucas pessoas apóiam o underground e a cena dark que está crescendo consciente aqui no Brasil. E espero ter contado um pouco sobre o Demonizz e como disse é a minha primeira entrevista espero ter atingido o meu objetivo de passar uma pouco sobre nossa vida para vocês.
Paz !!!
THIAGO - Eu que agradeço novamente!
Abram suas mentes, evoluam, o mundo não pode parar!
Dêem mais valor para produtos nacionais!
Somos eternamente gratos a algumas pessoas que fazemos questão de citar nome por nome (Pessoas que sempre acreditaram e nos apoiaram) :
Humberto Ponkan
Celo (Cannibal)
Sutemi
Fabio Leal
Dudu / Paulinho Pancho/ e toda a família causarina
Nossa Família / Nossos Pais
Marcelo Máster (Tio do Thiago)
Étnica CREW
DEAD TREE CREW
Nuno e Rosa (ADSutra)
Pedro e Gui Milani (Virada Cultural)
Toda galera que curte nosso trampo!
Ligia P.Martos (Esposa do Thiago)
Todos os artistas nossos amigos (Baphomet, Bash, Cannibal, Necropsycho, Chipset, Killer Buds, Xtatic, Insonic, Morus entre outros que esquecemos mas sempre estão junto).
SEM VOCES NÓS NÃO ESTARIAMOS AQUI !!!
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Entrevista por Bruno Azalim.
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Sites Relacionados:
www.demonizz.com
www.myspace.com/demonizz
www.orkut.com/Community.aspx?cmm=1813048
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quinta-feira, 31 de maio de 2007
sexta-feira, 25 de maio de 2007
Um ótimo começo!

segunda-feira, 21 de maio de 2007
CARBONO PARTY com Baphomet Engine e Electrypnose - Vila Velha, ES - 26/05/2007

Carbono Party será uma experiência única, um momento inesquecível na vida de todos aqueles que estarão presentes, é a verdadeira revolução psicodélica começando a tomar forma no estado do Espírito Santo. Após anos sendo ignorado nos line-ups das grandes festas rave brasileiras (enquanto tem seu lugar garantido nos grandes festivais europeus, nos EUA, Rússia e Japão), finalmente o dark psy começa a conquistar o seu espaço, e é sobre isto que estamos falando aqui. É com muito orgulho que a Carbono produções traz ao estado dois dos maiores nomes da cena dark eletrônica no mundo: Baphomet Engine e Electrypnose.
Data:
Desde 2001 produzindo música eletrônica, o suíço Vince Le Barde é o nome por trás do projeto Electrypnose. Com três álbuns próprios lançados e participação em 22 coletâneas, o Electrypnose já realizou diversas turnês pelo mundo e tocou em grandes festivais como o Universo Parallelo.
Inédito no Espírito Santo, Le Barde trará o melhor do dark full-on mundial com um live de uma hora e meia de muita energia e feeling.
O projeto Baphomet Engine é fruto do trabalho de Luiz e Fábio. Vindos de diferentes estilos musicais, em 1998, os dois migraram para o mundo da música eletrônica, já com um verdadeiro background musical. O Baphomet procura criar uma incrível experiência através de uma energia única com uma grande gama de sons e freqüências. Eles desenvolvem sua música para revelar a loucura e o caos do “mundo real”.
O Baphomet Engine é reconhecido internacionalmente como um dos mais inovadores e criativos projetos não só do cenário brasileiro. Com um som noturno e intenso, levam todos a uma profunda reflexão inserida no verdadeiro transe psicodélico.
Ingressos:
*valores de meia-entrada
Na entrada -> Ingresso + Doação de 1kg de alimento não perecível, que será doado à ACACCI.
Pontos de Venda:
Wind Summer – Campo Grande, Laranjeiras, Jardim da Penha e Glória
Contemporânea – Shopping Norte Sul
Comissários - (9843 4539)
Estrutura:
Transportes:
Camila: 9848-4870
Informações Gerais:
1. Proibida a entrada de armas, objetos metálicos, cortantes, vidros e bebidas alcoólicas.
2. Obrigatória a apresentação de documento legal de identificação (RG, Carteira Nacional de Habilitação ou Carteira de Trabalho) na entrada do evento.
3. Proibida a entrada de substâncias ilícitas - Tolerância zero.
4. Doação de um quilo de alimento obrigatório. Todo o alimento arrecadado será doado a ACCACCI.
5. Não é permitida a entrada de equipamento de fotografia ou filmagem profissional sem autorização da organização do evento.
Contato:
projetocarbono@gmail.com
www.fotolog.net/carbono_c
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=29827965
Apoio:
Fine Photo e Vídeo
Fazenda Camping
Printcom
Lanches Paulista
Tela Show
Casa da Índia
IZorra
quarta-feira, 16 de maio de 2007
Entrevista: CHIPSET/WOOGIE BOOGIE
1) Seja bem vindo Allyson, apresente-se aos nossos leitores por favor.
Allyson - Bom, meu nome é este ai e me chamam desde mil novecentos e bolinha de "batata" ou "barows". andei muito de skate, até que os joelhos não dessem conta mais. Tocava skacore, punk e hc em campeonatos e me tornei sedentario após conhecer o psytrance em meados de 1998 em festas privativas organizadas por grupos como "psyfullmoon" e "tranceformation". Logo depois como a maioria me interessei pelo que se passava por trás das cdj´s e comecei a tocar junto a um amigo (Deadline). Após isto, comecei a produzir com outro amigo das antigas, o Zoim (Kabrathor Rec.) com o projeto "Virus de Bios", onde começamos a fazer uns progressivos mais ou menos na linha que escutávamos na época, mas o resultado, claro, era bem simples, pois as ferramentas e o conhecimento sobre produção eram poucos.
2) Quando você se interessou pela música eletrônica? E pelo Dark Trance?
Allyson - Tipo, meus primeiros discos de vinil eu ganhei na minha infância, entre eles estavam "Sigue Sigue Sputnik""Billy Idol", "New Order", "Erasure", "Pet Shop Boys"... Enfim, acho que foi o começo. Mas sempre me interessei mesmo por metal,indie, punk rock e suas ramificações, mas também gosto de projetos comerciais como Prodigy, Chemical Brothers, Apex Twin e o que a MTV apresentava na época, pois não fazia questão de pesquisar sobre o assunto. O dark veio devido ao fato de eu sempre gostar do lado mais alternativo da música em geral e meu primeiro cd de dark foi o "Xenomorph - Cassandra´s Nightmare", de 1998.
3) Você produz com o 'codinome' CHIPSET. Qual o conceito por trás do projeto?
Allyson - Bom, o nome não tem um significado específico, mas tem a ver com a convivência e o vício em informação, tecnologia e informática, assim como o Virus de Bios. Quem me deu este "aka" foi o brother Fábio (Baphomet Engine).
4) E as suas influências?
Allyson - Tenho um amplo gosto musical, mas na vertente da e-music que ouço são, Kindzadza, Cosmo, Naked Tourist, Electrypnose, Kerosene Club, Savage Scream, Orestis, Stranger, Whicked Hayo, Blisargon Demogorgon, Clockstoppers, Alien Mental, Narcosis, Sensient, Krumelur, Minimal Criminal, Bufo, Moses, Hedonix....
5) Algum artista preferido?
Allyson - Não tenho artista preferido
6) Qual foi sua melhor apresentação até hoje?
Allyson -
A melhor é meio difícil de definir, mas uma que marcou foi na virada deste ano onde a luz do dancefloor acabou e ao invés do público ter uma reação negativa ocorreu o contrário. Se fosse premeditado o blackout não teria o mesmo efeito.7) Você, assim como o Bash, acaba de lançar um EP pela D-A-R-K Records. O que acha deste experiência de venda de música online?
Allyson - Sempre achei que este foi era futuro sobre vendas de entretenimento, incluindo a venda de música em formato "lossless" e até mesmo a disponibilidade a dj´s de terem o acesso a um "promo" do artista em qualidade aceitavel para se tocar. O pessoal do psytrance não tem o costume de comprar música online, preferindo adquirir através do "trading". Mas sites
como o "Beatport" mostram que é alto o número de clientes que compram música online em outras vertentes da e-music. Creio que um dia Dj´s e apreciadores do psytrance terão este hábito.
8) E já que estamos falando de música online, o que acha das pessoas compartilhando mp3 na internet, tendo em vista que o dark psychedelic ainda é totalmente underground?
Allyson - Não sou a favor do trade mas também não sou contra. É uma forma de promoção para artistas no início, mas um prejuízo enorme para a gravadora que investe no release. Gravadoras já nascem sabendo que algum crew de ftp vai "ripar" e disponibilizar as músicas até mesmo antes do cd estar nas lojas. Desde a época do Napster isto existe e sabemos que nunca vai acabar, pois o Metallica fechou o Napster, mas surgiram vários e vários softwares peer-to-peer. Sempre vai ser assim, ainda mais no Brasil onde se comprar um cd importado sai muito caro devido as taxas de importação, etc.
9) Quanto aos seus projetos antigos: Virus de Bios, Syndrom e Trojan, que fim eles tiveram?
Allyson - O virus de Bios acabou em parte devido a uma fase conturbada que passamos. Syndrom, porquê cada um seguiu um rumo diferente, mas foi um projeto de curto prazo que deixa saudades. Trojan porquê não tinha uma linha definida, mas ainda irei fazer alguns versus com dj´s que conheço. A grande mudança de projetos é porque nao consigo produzir ou bitolar em um só estilo.
10) Você iniciou recentemente um projeto paralelo de dark progressive, ou psygressive chamado Woogie Boogie. O que o levou a produzir este tipo de música?
Allyson - Sempre gostei desta linha que considero a mais underground de progressive, e, devido ao escasso lançamento de albuns do gênero e o pequeno número de festas e dj´s que tocam este tipo de música, comecei a produzir. No começo do trance eu não me assimilava muito com a linha israeli e escutava sons escandinavos e franceses como Paps, Yumade, Tripiatrik e sonsque se chamavam de minimal progressive como Nasa, Pots, Sbk, Auricular, Funkyller, Goliken e Mathematica. Quem me incentivou foi um amigo, o DJ Controle, que toca esta linha e havia escutado algumas bases experimentais que fiz. Trabalhei na intenção de estrear na festa que ele organiza, a Kabrathor Label Party.
11) Este é um gênero do psytrance ainda pouco explorado, eu diria até que é um gênero muito promissor, mas é raro se ver sets ou lives de prog dark em festas no Brasil. Até a pouco tempo atrás só tínhamos o Minimal Criminal como representante tupiniquim na cena, mas agora alguns bons projetos estão surgindo. Será que o gênero irá estabelecer aqui no Brasil?
Allyson - Creio que aqui ainda vai demorar um pouco, mas as pessoas tem facilidade de assimilar novas tendências e é um som bem grooveado e as vezes, bem minimalista, podendo ser tocado em clubs e festas open air. Só falta uma maior visibilidade desta vertente no Brasil. O Minimal Criminal é realmente um dos melhores sons do gênero hoje em dia e espero vê-los aqui em "Goiânia Dark city" em breve.
12) A primeira apresentação do Woogie Boogie foi agora, dia 12 de maio, na Kabrathor Label Party em Goiânia. Conta pra gente, como foi a resposta do público? Você ficou satisfeito com o live?
Allyson - Foi uma festa muito boa com line up e caráter totalmente noturno. Toquei após Spectral Skunk E Oxyd, que são sons que já aprecio a um bom tempo. Acho que a resposta da pista foi boa após o som do Oxyd. Rolou um certo nervosismo mas foi boa a experiência.
13) O que podemos esperar de seus projetos para 2006 e 2007?
Allyson -
14) Por fim, nos dê um pequeno panorama de seu estúdio (hardware e software).
Allyson -
Hardware: AMD Atlhon 3.1 1gbram ddr2, Notebook Compaq celeron mobile 1.7 512mbddr2, Audigy 2 5.1 pci Soundcard (open source asio drivers), Midi Controller Evolution Mk226C.
15) Muito obrigado por nós conceder esta entrevista. O espaço é seu, deixe sua mensagem para os freaks brasileiros.
Allyson - Música é Música indiferente de rótulos. Nada é impossível e aceite outras vertentes de música, não criticando-assem conhecê-las. Acredite no underground, apoie, e, quando puder, ajude as labels/artistas comprando cd´s originais. Acredite em seus sonhos, pois eu nunca pensei que poderia tocar alguma coisa e consegui, sem cursos ou orientações segmentadas, tocar minha viola (pc). Abraços e agradeço ao pessoal da Dead-Tree, ao Bruno do "Onionbrain" por me conceder esta oportunidade e fazer música comigo, ao meu filho Lorenzo, e a todos que estão lendo esta entrevista.
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Entrevista por Bruno Azalim.
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Sites Relacionados:
www.myspace.com/chipsetlive
www.myspace.com/woogieboogielive
www.fiberonline.com/chipset
www.psybertribe.org
www.dead-tree.net
www.fotolog.net/barows
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quarta-feira, 9 de maio de 2007
Entrevista: DJ SUTEMI
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1) Primeiro de tudo, seja bem vindo Sutemi. Por favor apresente-se aos leitores do Hazy Stories.
Sutemi - Obrigado. Fico feliz por estar falando com vocês, e já digo de cara que é minha primeira entrevista. Algo que na verdade eu nunca tinha pensado em conceder (risos). Mas vamos lá... Sutemi é meu sobrenome, mas meu nome é João Carlos, estou próximo dos meus 23 anos, nasci e morei em São Paulo, e há três meses, estou morando em Curitiba, junto de minha mulher.
2) Quando e como foi o seu primeiro contato com a música eletrônica?
Sutemi - É uma longa história, mas resumindo: na minha pré-adolescência, lá pelos meus nove, dez anos, influenciado pelo meu primo mais velho, que na época tinha seus treze, quatorze anos e curtia Jungle, comecei ouvir aquelas batidas totalmente quebradas e hipnóticas, e logo me apaixonei. Tratei de me apropriar de um cdzinho dele, chamado “Jungle Renegades”. Dali em diante, não teve mais volta. Ao invés de brinquedos e afins, passei a pedir discos como presente. O problema para os meus familiares era, onde achar esses tais bolachões de 12 polegadas? Acho que dei trabalho. E claro, meus familiares acharam BEM estranha aquela atitude, pela pouca idade que eu ainda tinha, fui levado até um especialista pra ver se estava tudo normal com a minha pequena pessoa (risos). De Balão Mágico passei a ouvir Goldie, Tek 9, Buckwild, Borderline, Optical, Alex Reece, Jonny L, entre muitos outros clássicos produtores de Jungle da época. Mas o primeiro contato mais direto com esse submundo, foi aos 14 anos, onde eu já conseguia entrar em algumas casas noturnas, por intermédio de alguns amigos mais velhos, travei uma grande batalha com a família, mas eu sempre daria um jeito de freqüentar os lendários clubs Sound Factory, Over Night, Toco, etc., que na época, eram OS picos de Sampa pra quem queria uma boa balada underground.
3) Quando e por quê resolveu virar DJ?
Sutemi - Na verdade, não planejei “virar” DJ. Ao longo desses anos, ao mesmo tempo que eu dançava, eu não tirava os olhos da mesa de equipamentos dos DJs. Achava, e ainda acho, tudo isso muito fascinante, mais que interessante, onde envolve muita criatividade e percepção, além de bom gosto musical, claro. Então acho que naturalmente, com o passar do tempo, meu interesse pela coisa foi crescendo, chegando ao ponto onde eu quis aprender, jamais imaginando que viria a ser profissional. Posso dizer que com os olhos e ouvidos, tive uma ótima escola, vendo incansáveis vezes DJs como Julião, Marky, Andy, Pet Duo, etc. arregaçando as pistas! Convivendo bem próximo daquilo, ouvi também bons conselhos de alguns desses “monstros”. Mas só em meados de 2000, tive meu primeiro contato com os toca-discos. Em quinze dias, aprendi tocar com vinil e cd. Odiava tocar com cd, até porque na época, eu ainda idolatrava o Jungle e o Drum’n’Bass, então, se não fosse vinil, não tinha de ser!
4) Por quê o dark psytrance?
Sutemi - A princípio quando comecei tocar, ou era Jungle/Drum’n’Bass, ou não era. Então em 2001 conheci o Psytrance, e ao contrario de muitos falsos moralistas, o Psytrance não mudou minha vida (risos). Não deram seis meses para que eu confirmasse que era “Jungle or Die”. Pelo fato de as festas proporcionarem sempre as mesmas coisas para o público, eu acabei cansando rápido daquilo, foi aí então que tive uma luz, de buscar o que eu tenho de minha raiz, o underground. Então conheci o Dark Psychedelic, e não deu outra! Na medida em que eu mais descobria, mais me interessava. Um som totalmente envolvente, introspectivo, psicodélico ao extremo, pesado, hard e free style! Juntou, praticamente, todos os ingredientes musicais que eu mais gosto de saborear, em um som só. Passei a entender que na verdade era e ainda é “Dark Psychedelic or Die”! Demorei alguns anos, para voltar a ouvir coisas que eu ouvia sempre, por causa do Dark Psy.
5) Além de fazer Dj Set, você produz música eletrônica? Se não, já pensou em produzir?
Sutemi - Putz! É algo que já virou novela na minha vida. Desde 2004 estou nesse impasse de produzir. Amo fazer o que eu faço, porém sempre estou em busca da evolução, e esta, é passar de DJ a Produtor. Mas me conformo pelo fato de ter tido muitas mudanças na minha vida nesse tempo, acabei não tendo muito tempo para me dedicar a produção ainda. É algo que eu quero muito, porém, como tudo, tem que haver paciência. Tenho muitos amigos envolvidos nisso, onde eu até participei de algumas produções. Tenho também alguns “rascunhos” de própria autoria no meu humilde Studio Home, que ainda não passa de equipamentos básicos. Mas produção mesmo, de qualidade, ainda não. Acredito e idealizo que dentro de no mínimo dois anos, talvez eu comece a dar minha cara à tapa como produtor, mas só farei isso quando tiver uma segurança sobre meu próprio som. Eu disse “no mínimo”, pelo fato de eu ser muito crítico e chato em respeito à música (risos).
6) Qual foi a festa na qual você mais gostou de tocar? Por quê? E a pior?
Sutemi - Esse é o tipo de pergunta bem complicada de responder. Não consigo citar apenas uma. Cito a Etnica, Respect e Daime Tribe em São Paulo, e a Makunba e Cosmoon em Curitiba. Cada festa com o seu motivo, mas alguns motivos em comum dentre todas, é que nestas, o público realmente entendeu o que eu quis passar quando estava tocando e foram/são festas realmente psicodélicas. A pior, graças a Deus, não tive uma, ainda, que eu possa dizer: “Nossa, que merda!”, mas por incrível que pareça, o Festival de Música Quantika (Earthdance 2005), em Minas Gerais, que foi organizado pela Quantika Records e parcerias teve uma das piores organizações que já presenciei. Tiveram seus contra tempos, mas em qualquer evento ocorrem vários contra tempos, tem que estar preparado pra tudo, se quiser dar uma de organizador. Ou faz direito, ou nem faz.
7) O que não pode faltar no seu set?
Sutemi - Eu deveria perguntar pra galera que já ouviu meu set algumas vezes, eles responderiam isso melhor que eu, talvez. Porque o que eu não faço, é repetir set. Claro que algumas músicas, é difícil de deixar de fora, mas set treinadinho não é comigo. Mas algumas coisas que eu sempre quero transmitir nos meus sets, são: psicodelia, mixagens bem exploradas e inesperadas, e a criação de uma história com muita atmosfera, com começo meio e fim.
8) Além do dark o que você costuma escutar?
Sutemi - Gosto de ouvir coisas novas, o que tenho de costume é jungle, IDM, minimal e techno. Mais atualmente rock psicodélico, dub... nossa, muitas coisas! Estou procurando ouvir sons diferentes, tenho que estar atualizado nas coisas boas fora da e-music também. Acho muito importante.
9) Sabe-se que você está por trás da produção da festa Makunba, fale mais sobre o projeto.
Sutemi - O projeto Makunba é um projeto indoor no qual unifica conceito, psicodelia sonora e visual, artistas de qualidade e preços acessíveis e só acontece nas sextas-feiras 13. Tem como principal característica a exploração da música psicodélica noturna. Vindo para Curitiba, desde 2005, percebo a tempos que a galera aqui tem carência de festas indoor de qualidade, principalmente que proporcionem novidades e grandes projetos/djs no line up. Prezei, principalmente, pela qualidade da festa e pelo respeito ao público e, como retorno, tivemos uma grande festa indoor! Até onde eu vi, todos saíram no mínimo satisfeitos com o que viram e ouviram.
10) A festa teve o resultado esperado?
Sutemi - Teve! Financeiramente falando, não foi a melhor coisa do mundo. Todos que me conhecem, sabem de onde eu vim, então, tomar prejuízo não é muito fácil nas minhas condições, mas foi algo bem pequeno. O que me orgulho é que, mesmo sabendo da situação durante a festa, fizemos questão de pagar exatamente tudo que prometemos, nem mais nem menos! Afinal, antes de organizador, sou DJ, e sei muito bem o respeito que deve ser dado para cada artista, sendo ele gringo ou não, coisa que muitos organizadores não têm pelos seus contratados. Mas sobre a festa né?! (risos) Foi algo surpreendente! Sinceramente, não esperava que a festa “bombasse”. O lugar comportava 400, 450 pessoas, eu esperava umas 300 pessoas no máximo, e dessas 300 pessoas, eu esperava que apenas umas 150 pessoas permanecessem na festa até o fim. Pois ainda era 1 da madrugada, e a casa já estava bem cheia, mais de 350 pessoas, no giro deu próximo de 450. O melhor, foi que a festa foi prometida até 7 da manhã, eram 9 da manhã e ainda tinha uma galera lá, dançando e querendo mais, tivemos que desligar o som e “pedir” pra irem embora (risos).
11) Há previsões para uma próxima edição?
Sutemi - Com certeza! É um trabalho em longo prazo. Em São Paulo, todos sabem que a 3, 4 anos atrás, nada do que acontece hoje, acontecia. Por aqui, quero trilhar o mesmo caminho que trilhei lá. Na verdade, trilhar um caminho até melhor, por hoje ser mais experiente. Mas a próxima edição da Makunba já tem data, e é uma sexta-feira 13 de Julho. Estamos em busca de parceiros também, para aumentar nossos recursos, mas é difícil de alguém que não viva tudo isso querer investir em um projeto assim, por melhor que ele seja. Mas independente, quero, no mínimo, manter a qualidade da última edição. A intenção é sempre melhorar. Não tem como eu não querer continuar com a Makunba, depois de comentários como: “meu conceito mudou totalmente sobre música psicodélica e sobre dark trance” ou “me desculpa, sempre falei mal do dark, agora eu entendi o que realmente é dark, e o que é música eletrônica psicodélica”. Esses foram fatores mais que importantes para eu perceber que a Makunba tinha conseguido passar sua mensagem pra galera. Já estou vendo possíveis nomes para o line up da próxima edição e aproveito para dizer que quero manter uma rotatividade de artistas, tanto nacional como internacional. Não quero deixar cair na “mesmice”, quero proporcionar novidades pra galera. Sempre digo que o que falta principalmente pro público é informação.

12) O dark trance começou a ganhar espaço agora no Brasil, com a realização de festas como a Etnica, Respect e Makunba. Você acha que há a possibilidade de um crescimento ainda maior?
Sutemi - Interessante a pergunta, pois é como eu disse na pergunta anterior. Há 3, 4 anos atrás, pouco se ouvia sobre dark, claro que como você disse Bruno, só agora o dark esta tendo um espaço considerável aqui no Brasil. Mas já houve um enorme crescimento da cena underground. Lembro-me de festas abertas, com um line up de muita qualidade, para 100, 150 pessoas, festas indoors de qualidade igual, com 30 pessoas. Isso na época já era uma vitória pra gente! Sabíamos que aquelas poucas pessoas presentes eram pessoas que faziam parte do movimento há mais tempo e que cedo ou tarde teríamos uma resposta maior. Apostamos e lutamos pelo que acreditamos e estamos colhendo hoje o que foi plantado. Se há possibilidade de um crescimento maior? Claro que sim. Apesar de eu ser contra a idéia de virar “pop”, temos que ir devagar como sempre fomos para podermos passar música e informação, simultaneamente, e não perdemos o foco. Acho que será, como sempre foi, um processo natural das pessoas freqüentadoras. Uma hora o “semancol” tem de bater, daí irão à procura de algo que realmente lhes tragam experiências únicas e que alimente sua “fome” por música psicodélica. O Brasil tem futuro, mas não podemos deixar cair no mesmo erro que a cena comercial deixou cair, visando apenas lucro. Dinheiro todos nós precisamos, não vou ser hipócrita de dizer que não preciso ou não quero, mas não é tudo na vida para quem ama e vive tudo isso de verdade!
13) Você acha que o dark psy ganhará o mesmo espaço que gêneros como o progpsy e o electro-house têm, hoje em dia, no line-up das festas rave no geral?
Sutemi - Tomara que sim! Eu acredito que sim, senão não estaria remando contra a maré a alguns bons anos. Só que é relativo, hoje eu não vejo mais o prog psy com tanto espaço na cena brasileira, pelo fato de o electro e tech-house ter tomado o espaço que era do prog psy. Fico triste na verdade, por que electro e afins, nada tem haver com o contexto de uma festa psicodélica. São moldes formados para atrair público que curte 'popero' e a playboyzada, que, geralmente, não conhece muito o que ele está ouvindo. E por mais séria que seja a música, ela ainda se encaixa facilmente dentro do que é comercial, enfim, tudo para ganhar mais dinheiro! Nada contra quem gosta, mas não venha me falar que 8 é 80. Já que o brasileiro tem uma cultura “paga pau”, observamos Londres, e vemos que o electro bomba forte por lá, assim como o drum’n’bass. Mas tem um porém, são festas indoors! Nada misturado com festas psicodélicas. Acredito que, como já está acontecendo, finalmente o dark terá seu espaço, mais que merecido, nas noites das festas e festivais que se importam realmente com psicodelia, e que querem proporcionar uma larga experiência sonora para seu público. Em 5 anos o cenário por aqui estará bem mais obscuro. (risos)
14) Se você pudesse escolher qualquer artista da música eletrônica do mundo para tocar em uma festa sua, qual seria?
Sutemi - Na faixa?! (risos) Brincadeira... Cara, são muitos nomes, pensando em um evento de música eletrônica no geral, algo que comportasse vários estilos diferentes, penso em: primeiramente Asian Dub Fundation que é uma banda única de IDM/Jungle, Prodigy que é referência para muitos se tratando de free style music e infelizmente perdi as duas apresentações deles aqui no Brasil, Goa Gil que é o mestre da psicodelia. Seguindo a mesma idéia, penso em um nome que ainda não veio ao Brasil, talvez Psykovsky, Jelly Headz, Alien Mental, putz aí complica! Goldie ou J Magik que são uns dos monstros da história da cena Drum’n’Bass, Pet Duo representando muito bem o Brasil no Techno, Apoptygma Berzerk que é uma banda expoente do industrial... Nossa, eu ficaria até amanhã aqui falando, mas esses são grandes nomes que eu particularmente gostaria de ver tocando em uma festa minha. Mesclei várias vertentes por que é um “sonho” ter um festival de e-music underground. Festival que seria bem diferente do normal olhando esse pré line up. (risos)
15) Bem, Sutemi, muito obrigado por nos conceder esta entrevista. O espaço é seu. Deixe seu recado.
Sutemi - Eu que agradeço à procura! Desejo muito sucesso ao Hazy Stories e parabéns pela iniciativa, como eu sempre digo: “O Brasil precisa disponibilizar mais informação”. Porque se depender de outros veículos de informação mais populares, estamos ferrados! (risos) Meu recado é apenas de agradecimentos para as pessoas que sempre acreditaram em mim, que me ajudaram... sempre aprendi muito com as pessoas ao meu redor, por ser bastante observador, e serei sempre grato. Minha mulher, que sempre me dá forças quando mais preciso. Minha família, que mesmo travando inúmeras batalhas, sempre me deram liberdade para lutar pelos meus verdadeiros ideais. Ao público que me fez elogios, mas que também fez críticas. Enfim, um abraço a todos e muita bizarrice sonora pra nós! (risos)
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Entrevista por Bruno Azalim.
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Sites Relacionados:
http://www.dead-tree.net/v2/djsutemi/djsutemi.html
http://www.thefullonproject.com.br/release.asp?id=34
http://www.interalfa.com.br/ethereal/djs.php?nome=Sutemi
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sábado, 5 de maio de 2007
Album Review: Jocid & Psycobit - Blodder (2007)

Há algum tempo já costumo dizer que a Sonic Dragon é a melhor gravadora dentro do underground do psytrance, se situando entre a crosta terrestre e a massa densa de magma do núcleo central. Dali só saem bons artistas e bons lançamentos, tudo dentro das vertentes mais originais e autênticas no estilo atualmente. Não é diferente com este mais novo release. De seu laboratório sonoro em Amsterdam, Joshua Gablan aka Jocid se une com Psycobit, provavelmente mais um freak com uma mente distorcida como seu parceiro, e nos traz uma obra-prima de trance psicodélico. Como diriam os bretões: "mindblowing". É essa a expressão que me ocorre para descrever este álbum.
8. Nasty Sluts (8:20)
terça-feira, 1 de maio de 2007
Entrevista: BASH/KERNEL PANIC
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1) Primeiro de tudo, seja bem vindo ao Hazy Stories André, apresente-se por favor.
André - Alou caríssimos colegas coligados adeptos dos sons pesados e psicodélicos. É um grande prazer poder fazer parte disso tudo e duplamente melhor, ter o feedback que tenho de vocês!
2) Como foi o seu primeiro contato com a música eletrônica?
André - Bom, aconteceu em 1995 e o estilo era o Dance. Nessa epoca esse estilo pegava fogo nas boates, mas foi um contato bem superficial. Na mesma epoca, eu já estava bem abitolado em Punk Rock, Grunge, Rock Alternativo e similares. E assim se foi meu contato com a musica eletrônica. Só me deparei com ela novamente no final de 2002, quando uma namorada que eu tinha na época conseguiu me arrastar para uma tenda que estava rolando música eletrônica em um evento aqui em Brasilia. Não tenho a menor ideia de quem estava tocando e o que estava sendo tocado. Sei que gostei e muito! A ambientação da festa, o som frenético, as pessoas dançando... Aquilo tudo era muito novo pra mim, pois eu nunca havia tido contato com tal tribo. Dias após o acontecimento, um amigo meu que já conhecia melhor toda a coisa, me disse que boa parte das músicas eram produzidas no computador. Juntei duas paixões minhas, informática e música. Inevitavelmente, comecei a pesquisar sobre artistas, programas, estilos e afins. E deu no que deu!
3) De onde surgiu o nome Bash? e Kernel Panic?
André - Bash é uma sigla que significa "Born Again Shell". Na informática, bash é um dos interpretadores de comando do Linux. Eu trabalho com redes, sou administrador da rede de um dos departamentos da Universidade de Brasilia, e na mesma epoca, consegui garantir meu emprego estudando e administrando sistemas linux. Isso foi o que influenciou em 50% na minha decisão pelo nome "bash". Os outros 50% foram provenientes de um acidente de carro que sofri. Segundo amigos que presenciaram o acidente, fui dessa para melhor por menos de dois minutos, até um deles conseguir me reanimar. Foi uma situação tensa, mas foi o começo de tudo. Na minha recuperação, estudei severamente a produção musical em si e achei um sentindo para a sigla "born again shell". O nome Kernel Panic, pra variar, tambem tem origem da informatica. Resumindo, "panico no miolo", no caso, o núcleo de um sistema operacional. No meu caso, meu sistema nervoso!
4) O que diferencia os dois projetos?
André - Hoje em dia posso dizer que a linha de som que o "Bash" produz é uma linha mais introspectiva, psicodélica. Enquanto que o Kernel Panic, é uma tentativa de criar um som mais aberto, pra pista de dança. Resumindo, eu diria que o Bash ficou com a psicodelia e o Kernel Panic com a fritação!
5) Quais as suas infuências ao produzir?
André -
A maior influência na minha produção é o meu estado de espirito. Tento transparecer ao maximo nas musicas como é o clima no meu cérebro.6) Você têm alguma religião? Qual?
André -
Tenho minhas crenças no Espiritismo. Mas não sou uma pessoa ativa na religião. Posso dizer que, desde que abri uma linha de comunicação plena e sincera com Deus, minha vida mudou drasticamente para melhor.7) Você recentemente teve um EP lançado pela D-A-R-K Records, fale um pouco sobre ele e sobre a experiência com este tipo de venda de música virtual.
André -
Bom, foi uma experiencia otima! Não digo pelo retorno financeiro pois infelizmente a pirataria puxa o nosso tapete... Mas se tratando de divulgação, foi muito bom mesmo! A cada dia que passa vejo mais e mais pessoas ouvindo o meu trabalho e apreciando a música. Realmente, a divulgação compensa o péssimo retorno financeiro. Mas eu particularmente acho que o release Digital veio pra ficar. É de fácil acesso e você tem acesso a ele imediatamente, diferente das outras lojas que se tem que esperar muito para chegar e ainda correr o risco de ter a encomenda extraviada.8) Conte-nos sobre as outras músicas suas que já foram lançadas. E, se puder, sobre algo que ainda está por vir.
André - Foram poucas até então, "My Mistake(rmx)" foi a primeira música a ser lançada em um net promo de lançamento do site da gravadora Sonic Tantra Records, com sede na India. Essa foi o começo de tudo. Na época eu queria algo rapido e psicodelico, mas não era muito familiarizado com o Dark... Algumas pessoas classificaram a musica como "Full-On Power" e achei bem na medida mesmo a classificação, porquê de fato a música não tem nada de Dark!
"Six Names" do Kernel Panic, foi a segunda música a ser lançada, tambem em um net promo. Essa música mexeu bem com a cabeça das pessoas, a mensagem dela é forte, literalmente "bate na cara" de quem escuta e percebe.
As do EP - Alcoholic Amnesia são as mais especiais para mim. Cada uma delas marcou uma fase musical em minha vida e foi muita sorte o pessoal da D-A-R-K ter selecionado as 3 para serem lançadas! O destaque pra mim, é a "Squizo" um duelo entre eu e eu mesmo pra saber quem é que no fim das contas está tocando os projetos pra frente!
A "Mahany" que será lançada agora em maio pela Dead Tree Productions, de Goiânia, é uma "Love song" hehehe, essa é uma musica dedicada a minha namorada e granda amiga, Marcella!
"Confined" que também será lançada até junho deste ano pela Discovalley Records, da India, foi a primeira que fiz com uma roupagem mais pesada. Uma linha bem introspectiva e um tema muito interessante. Essa foi uma época que hibernei pesado em casa produzindo.
E tem a "Animal Life(rmx)", que será lançada também até o fim de junho deste ano por uma nova gravadora chamada Underground Tremors. A compilação está sendo sendo selecionada pelo Kerosene Club e este remix já possui um nível de qualidade mais avançado. Ao menos comparada com as minhas outras produções!
9) Quais são os maiores nomes do dark psytrance na sua opinião? Quais você costuma tocar nos seus sets?
André - Bom, as músicas da fase mais "Dark" do Electrypnose sempre fazem parte dos meus sets. O Album "Fear" do Darkpsy também sempre aparece no meio dos meus sets. Phazy Mulator, Dark Summer, Fraktal Noise, Baphomet Engine, Savage Scream, Innersound são projetos que fazem parte do "mix musical mental" que tenho!
10) Qual foi a melhor ou as melhores festas que você já tocou e porquê? E a pior?
André - Bom, a melhor festa que toquei até hoje foi o "Reveillon Underground", em Corumbá-GO. Ali me senti em casa, rodeado de amigos e uma estrutura muito boa!! Sem contar o line-up que também foi muito bom! E graças a Deus o termo "Pior festa" ainda não existe pra mim.
11) Alguns adeptos do dark trance afirmam que 2007 é 'O ANO', e realmente estamos tendo bastante festas e muita música boa saindo do forno. Você concorda com tal afirmação? Porquê?
André - Concordo sim. Se o ano de 2007 tem sido "O ANO" pra mim, imagine para as outras pessoas envolvidas na cena. Alguns amigos de outros paises dizem que o dark não vai passar de tal estágio que se encontra atualmente... Tenho duvidas quanto a essa afirmação, pois o dark psychedelic ainda é muito novo. Então eu particularmente acho que ainda tem muito a se trilhar.
12) Que softwares e hardwares você utiliza para produzir suas músicas?
André - Atualmente meu setup deu uma melhorada, mas nada do outro mundo. Hoje em dia eu conto com:
Hardware: 1x Laptop Accer, AMD Sempron 1.8ghz, 512 de Ram e 40gb de disco rigido;1x Disco Rigido Externo USB 160gb;1x Placa de som M-Audio Fast Track;1x Controlador MIDI M-Audio Ozone;1x Par de monitores de audio KRK Systems, modelo Rockit RP6.
Software: Cubase SX 2.2.1;Ableton Live 5.0.3;Waves Diamond Bundle 4.5;Native Instruments Absynth 2.0;DiscoDSP Discovery v2.8;ReFX Vanguard 1.5.
13) Normalmente suas músicas possuem quantos canais? E basicamente como eles são divididos?
André - No começo, eu até perdia a conta de quantos canais existiam em um projeto meu. Mas hoje em dia normalmente não passa de 50 trilhas de audio/MIDI. Antigamente, como eu não tinha um computador na média para tal serviço, eu dividia o projeto em 3 outros projetos: Bateria, Sintetizadores e Vozes. Mas hoje em dia não existe mais esse tipo de separação, tudo vai em um arquivo só.
14) Existe alguma outra vertente da música eletrônica que você já pensou em produzir?
André - Eu tenho um projeto de dark prog/minimal chamado "Interferenz". Mas no momento o mesmo encontra-se em "stand by". Num futuro bem próximo, voltarei a trabalhar no mesmo. Pretendo ficar no limite entre o dark prog, o minimal e o tech-trance.
15) O que você curte ouvir fora do psytrance?
André - Sons alternativos como Primus, Morphine, Sonic Youth, Pixies. Muito Hard Core Crossover, D.R.I., Napalm Death, Extreme Noise Terror, Ratos de Porão e o que fecha com chave de ouro pra mim, Cannibal Corpse. Ahh sonzera!
16) Bem, André, estamos chegando ao final de nossa entrevista. Muito obrigado pela atenção, o espaço agora é todo seu. Pode mandar o recado final.
André - Fico muito feliz pelo espaço cedido, realmente é grande prazer poder me expressar e dizer o que acontece comigo! Espero poder continuar a proporcionar bons momentos musicais a quem interessa esse estilo musical. É sempre poder compôr mais e mais!
Buenassss!!! :D
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Entrevista por Amadeu Medina e Bruno Azalim.
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Sites Relacionados:
http://www.myspace.com/bashbr