quarta-feira, 16 de maio de 2007

Entrevista: CHIPSET/WOOGIE BOOGIE

Logo após uma bela estréia do live de seu novo projeto - Woogie Boogie - na festa da Kabrathor Records, em Goiânia, entrevistamos Allyson, o mentor deste projeto e do Chipset.




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1) Seja bem vindo Allyson, apresente-se aos nossos leitores por favor.

Allyson - Bom, meu nome é este ai e me chamam desde mil novecentos e bolinha de "batata" ou "barows". andei muito de skate, até que os joelhos não dessem conta mais. Tocava skacore, punk e hc em campeonatos e me tornei sedentario após conhecer o psytrance em meados de 1998 em festas privativas organizadas por grupos como "psyfullmoon" e "tranceformation". Logo depois como a maioria me interessei pelo que se passava por trás das cdj´s e comecei a tocar junto a um amigo (Deadline). Após isto, comecei a produzir com outro amigo das antigas, o Zoim (Kabrathor Rec.) com o projeto "Virus de Bios", onde começamos a fazer uns progressivos mais ou menos na linha que escutávamos na época, mas o resultado, claro, era bem simples, pois as ferramentas e o conhecimento sobre produção eram poucos.


2) Quando você se interessou pela música eletrônica? E pelo Dark Trance?

Allyson - Tipo, meus primeiros discos de vinil eu ganhei na minha infância, entre eles estavam "Sigue Sigue Sputnik""Billy Idol", "New Order", "Erasure", "Pet Shop Boys"... Enfim, acho que foi o começo. Mas sempre me interessei mesmo por metal,indie, punk rock e suas ramificações, mas também gosto de projetos comerciais como Prodigy, Chemical Brothers, Apex Twin e o que a MTV apresentava na época, pois não fazia questão de pesquisar sobre o assunto. O dark veio devido ao fato de eu sempre gostar do lado mais alternativo da música em geral e meu primeiro cd de dark foi o "Xenomorph - Cassandra´s Nightmare", de 1998.


3) Você produz com o 'codinome' CHIPSET. Qual o conceito por trás do projeto?

Allyson - Bom, o nome não tem um significado específico, mas tem a ver com a convivência e o vício em informação, tecnologia e informática, assim como o Virus de Bios. Quem me deu este "aka" foi o brother Fábio (Baphomet Engine).


4) E as suas influências?

Allyson -
Tenho um amplo gosto musical, mas na vertente da e-music que ouço são, Kindzadza, Cosmo, Naked Tourist, Electrypnose, Kerosene Club, Savage Scream, Orestis, Stranger, Whicked Hayo, Blisargon Demogorgon, Clockstoppers, Alien Mental, Narcosis, Sensient, Krumelur, Minimal Criminal, Bufo, Moses, Hedonix....


5) Algum artista preferido?

Allyson -
Não tenho artista preferido

6) Qual foi sua melhor apresentação até hoje?

Allyson -

A melhor é meio difícil de definir, mas uma que marcou foi na virada deste ano onde a luz do dancefloor acabou e ao invés do público ter uma reação negativa ocorreu o contrário. Se fosse premeditado o blackout não teria o mesmo efeito.

7) Você, assim como o Bash, acaba de lançar um EP pela D-A-R-K Records. O que acha deste experiência de venda de música online?

Allyson - Sempre achei que este foi era futuro sobre vendas de entretenimento, incluindo a venda de música em formato "lossless" e até mesmo a disponibilidade a dj´s de terem o acesso a um "promo" do artista em qualidade aceitavel para se tocar. O pessoal do psytrance não tem o costume de comprar música online, preferindo adquirir através do "trading". Mas sites
como o "Beatport" mostram que é alto o número de clientes que compram música online em outras vertentes da e-music. Creio que um dia Dj´s e apreciadores do psytrance terão este hábito.

8) E já que estamos falando de música online, o que acha das pessoas compartilhando mp3 na internet, tendo em vista que o dark psychedelic ainda é totalmente underground?

Allyson - Não sou a favor do trade mas também não sou contra. É uma forma de promoção para artistas no início, mas um prejuízo enorme para a gravadora que investe no release. Gravadoras já nascem sabendo que algum crew de ftp vai "ripar" e disponibilizar as músicas até mesmo antes do cd estar nas lojas. Desde a época do Napster isto existe e sabemos que nunca vai acabar, pois o Metallica fechou o Napster, mas surgiram vários e vários softwares peer-to-peer. Sempre vai ser assim, ainda mais no Brasil onde se comprar um cd importado sai muito caro devido as taxas de importação, etc.


9) Quanto aos seus projetos antigos: Virus de Bios, Syndrom e Trojan, que fim eles tiveram?

Allyson - O virus de Bios acabou em parte devido a uma fase conturbada que passamos. Syndrom, porquê cada um seguiu um rumo diferente, mas foi um projeto de curto prazo que deixa saudades. Trojan porquê não tinha uma linha definida, mas ainda irei fazer alguns versus com dj´s que conheço. A grande mudança de projetos é porque nao consigo produzir ou bitolar em um só estilo.


10) Você iniciou recentemente um projeto paralelo de dark progressive, ou psygressive chamado Woogie Boogie. O que o levou a produzir este tipo de música?

Allyson - Sempre gostei desta linha que considero a mais underground de progressive, e, devido ao escasso lançamento de albuns do gênero e o pequeno número de festas e dj´s que tocam este tipo de música, comecei a produzir. No começo do trance eu não me assimilava muito com a linha israeli e escutava sons escandinavos e franceses como Paps, Yumade, Tripiatrik e sonsque se chamavam de minimal progressive como Nasa, Pots, Sbk, Auricular, Funkyller, Goliken e Mathematica. Quem me incentivou foi um amigo, o DJ Controle, que toca esta linha e havia escutado algumas bases experimentais que fiz. Trabalhei na intenção de estrear na festa que ele organiza, a Kabrathor Label Party.

11) Este é um gênero do psytrance ainda pouco explorado, eu diria até que é um gênero muito promissor, mas é raro se ver sets ou lives de prog dark em festas no Brasil. Até a pouco tempo atrás só tínhamos o Minimal Criminal como representante tupiniquim na cena, mas agora alguns bons projetos estão surgindo. Será que o gênero irá estabelecer aqui no Brasil?


Allyson - Creio que aqui ainda vai demorar um pouco, mas as pessoas tem facilidade de assimilar novas tendências e é um som bem grooveado e as vezes, bem minimalista, podendo ser tocado em clubs e festas open air. Só falta uma maior visibilidade desta vertente no Brasil. O Minimal Criminal é realmente um dos melhores sons do gênero hoje em dia e espero vê-los aqui em "Goiânia Dark city" em breve.


12) A primeira apresentação do Woogie Boogie foi agora, dia 12 de maio, na Kabrathor Label Party em Goiânia. Conta pra gente, como foi a resposta do público? Você ficou satisfeito com o live?

Allyson - Foi uma festa muito boa com line up e caráter totalmente noturno. Toquei após Spectral Skunk E Oxyd, que são sons que já aprecio a um bom tempo. Acho que a resposta da pista foi boa após o som do Oxyd. Rolou um certo nervosismo mas foi boa a experiência.


13) O que podemos esperar de seus projetos para 2006 e 2007?


Allyson -

Músicas diferentes sem rótulos definidos, ou seja, com a minha cara. (risos)

14) Por fim, nos dê um pequeno panorama de seu estúdio (hardware e software).

Allyson -

Hardware: AMD Atlhon 3.1 1gbram ddr2, Notebook Compaq celeron mobile 1.7 512mbddr2, Audigy 2 5.1 pci Soundcard (open source asio drivers), Midi Controller Evolution Mk226C.


Software: Logic Audio Platinum 5.3, Cubase Sx2/Sx3, Waves bundle 5.3, Discovery NordRack 2.3, Albino 2/3, Rob Palpen Predator, Minimonsta, Ultrafunk FX entre Cd´s de Samples Akai, Ikmultmedia,Zero G, Sony entre vários plug-ins e samples de Filmes de suspense/terror.


Simples como os ramones (risos)


15) Muito obrigado por nós conceder esta entrevista. O espaço é seu, deixe sua mensagem para os freaks brasileiros.

Allyson - Música é Música indiferente de rótulos. Nada é impossível e aceite outras vertentes de música, não criticando-assem conhecê-las. Acredite no underground, apoie, e, quando puder, ajude as labels/artistas comprando cd´s originais. Acredite em seus sonhos, pois eu nunca pensei que poderia tocar alguma coisa e consegui, sem cursos ou orientações segmentadas, tocar minha viola (pc). Abraços e agradeço ao pessoal da Dead-Tree, ao Bruno do "Onionbrain" por me conceder esta oportunidade e fazer música comigo, ao meu filho Lorenzo, e a todos que estão lendo esta entrevista.

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Entrevista por Bruno Azalim.

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Sites Relacionados:
www.myspace.com/chipsetlive
www.myspace.com/woogieboogielive
www.fiberonline.com/chipset
www.psybertribe.org
www.dead-tree.net
www.fotolog.net/barows
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3 comentários:

Anônimo disse...

Owww bom demais a entrevista, pra mostrar ae como existem pessoas com boas intenções na cena!!!

Issaee batata valeu meu cumpadi1!! :D


Bash A.k.a. Kernel Panic

Anônimo disse...

Mto bão! mto bão!!!
isso ae barows, mostrando que o díficil é fazer o simples bem feito...
força na cachola meu amigo, hahaha
abraço!!!

Sutemi

Anônimo disse...

merda, não consegui colocar meu nome no cabeçalho da mensagem, que lerdo!
ahhaahha

Sutemi