
Há algum tempo já costumo dizer que a Sonic Dragon é a melhor gravadora dentro do underground do psytrance, se situando entre a crosta terrestre e a massa densa de magma do núcleo central. Dali só saem bons artistas e bons lançamentos, tudo dentro das vertentes mais originais e autênticas no estilo atualmente. Não é diferente com este mais novo release. De seu laboratório sonoro em Amsterdam, Joshua Gablan aka Jocid se une com Psycobit, provavelmente mais um freak com uma mente distorcida como seu parceiro, e nos traz uma obra-prima de trance psicodélico. Como diriam os bretões: "mindblowing". É essa a expressão que me ocorre para descrever este álbum.
1. Face On A DVD (7:35)
O álbum começa com a tônica de um full-on night bastante acelerado, com synths talvez um pouco trabalhados de menos mas que funcionam bem - uma linha quase hi-tech. O bassline nos faz esquecer de um detalhe como esse, tão bom que é. Esta é a track que dá o tom do cd daqui pra frente, muito boa mas ainda há melhores pela frente. (3/5)
2. Ditherjob (8:57)
Aqui a coisa fica um pouco mais pesada, um bassline que nos remete a algo parecido com Electrypnose, uma linha meio Parvati Records talvez. Um dark full-on bem interessante, com synths bem mais trabalhados do que na primeira faixa, um clima introspectivo. As mudanças do bassline também caem muitíssimo bem no conjunto da track criando um clima muito atmosférico conforme a música evolui.(5/5)
3. Battery People (8:01)
Voltamos ao full-on night, agora um pouco mais leve. Uma linha que nos remete à antigos sons do Talamasca, algo dessa linha bem noturna e introspectiva dentro do full-on. Destaco aqui os synths, ou como gosto de chamar: ''gatinhos''. É um synth que 'mia' a música inteira, todos devem estar mais do que acostumados com ele.. Os samples também se encaixam muito muito bem nessa track, contribuindo para a atmosfera que se cria. Isso que é som pra pista!(5/5)
4. Demon D (8:04)
Uma das tracks mais estranhas do cd. Prestem muita atenção nesse bassline! Isso é coisa séria de verdade, um full-on night com clima de som progressivo e synths à moda Naked Tourist. Certamente o Jocid cultiva boas influências musicais para atingir estes resultados.(4/5)
5. Blodder (7:50)
Caminhando a partir desta última track vemos agora um full-on com características progressivas. Um som até meio Logic Bomb, mas falo de progressivas pelo caminhar do kick. É um daqueles sons 'cavalgantes' e não retos, pessoalmente gosto muito disso. Do meio pro fim a música vai ficando cada vez mais full-on, mas sempre mantendo a psicodelia que é a verdadeira tônica do álbum.(5/5)
6. I Wonder (6:46)
Vou me retratar agora e dizer que estava errado quanto à track 4 (Demon D). ESTA track aqui é a mais estranha do cd. Difícil definir se se trata mais de um full-on do que um dark. Se encaixaria bem em qualquer uma das vertentes. O bassline continua sendo uma marca fortíssima do Jocid até aqui e agora pode-se sentir uma influência de suomi trance nele, sendo um baixo bem gordo e pulsante.(4/5)
7. Global Control (8:40)
Muda tudo, agora vemos um hi-tech full-on completo. Não existe outra definição aceitável pra este tipo de som, com uma boa pitada de Nomad no bassline e nos synths. Ah que saudade do "Mad Attack", essa música certamente entraria naquele cd se não fosse composta pelo Jocid ao invés do próprio Nomad. A verdade é que o Joshua realmente bebeu direto da fonte!(5/5)
8. Nasty Sluts (8:20)
Infelizmente eu vou dizer que esta é a pior track do cd. Não que seja ruim, mas foge do contexto totalmente. O bassline lembra um full-on simples e desaponta principalmente após do que ouvimos na track anterior. Mas os synths ajudam e continuam a influência de Nomad que citei. Definitivamente a pior track do cd, mas nem por isso totalmente ruim.(3/5)
---
Certamente este é um álbum que, pros fãs de sons noturnos e especialmente de full-on night, deve ser indispensável. Jocid já lançou diversas tracks por aí, além de dois álbuns próprios anteriores, sendo o último em 2005 pela Manic Dragon - um braço dark da Sonic Dragon - e também numa boa compilação da gravadora ano passado, VA Lo Land Hi Tech, onde já mostrava o que viria pra esse álbum se pararmos pra analisar aquela track que já era bem diferente do cd anterior. Quando fui ouvir esperava um som mais dark com certeza, mas em nenhum momento me desapontei e recomendo fortemente uma boa ouvida neste álbum. Um dos melhores dentro desta vertente que ouvi em algum tempo, muito autêntico e bem influenciado na medida certa.
NOTA: 4.2*
*pontuação entre 0 e 5.
---
Resenha por Caio Proença
Nenhum comentário:
Postar um comentário