terça-feira, 1 de maio de 2007

Entrevista: BASH/KERNEL PANIC

Esta semana o entrevistado foi André Torres, o maluco por trás dos projetos Bash e Kernel Panic, que agora começam a ganhar destaque no cenário internacional.



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1) Primeiro de tudo, seja bem vindo ao Hazy Stories André, apresente-se por favor.

André - Alou caríssimos colegas coligados adeptos dos sons pesados e psicodélicos. É um grande prazer poder fazer parte disso tudo e duplamente melhor, ter o feedback que tenho de vocês!


2) Como foi o seu primeiro contato com a música eletrônica?

André - Bom, aconteceu em 1995 e o estilo era o Dance. Nessa epoca esse estilo pegava fogo nas boates, mas foi um contato bem superficial. Na mesma epoca, eu já estava bem abitolado em Punk Rock, Grunge, Rock Alternativo e similares. E assim se foi meu contato com a musica eletrônica. Só me deparei com ela novamente no final de 2002, quando uma namorada que eu tinha na época conseguiu me arrastar para uma tenda que estava rolando música eletrônica em um evento aqui em Brasilia. Não tenho a menor ideia de quem estava tocando e o que estava sendo tocado. Sei que gostei e muito! A ambientação da festa, o som frenético, as pessoas dançando... Aquilo tudo era muito novo pra mim, pois eu nunca havia tido contato com tal tribo. Dias após o acontecimento, um amigo meu que já conhecia melhor toda a coisa, me disse que boa parte das músicas eram produzidas no computador. Juntei duas paixões minhas, informática e música. Inevitavelmente, comecei a pesquisar sobre artistas, programas, estilos e afins. E deu no que deu!


3) De onde surgiu o nome Bash? e Kernel Panic?

André - Bash é uma sigla que significa "Born Again Shell". Na informática, bash é um dos interpretadores de comando do Linux. Eu trabalho com redes, sou administrador da rede de um dos departamentos da Universidade de Brasilia, e na mesma epoca, consegui garantir meu emprego estudando e administrando sistemas linux. Isso foi o que influenciou em 50% na minha decisão pelo nome "bash". Os outros 50% foram provenientes de um acidente de carro que sofri. Segundo amigos que presenciaram o acidente, fui dessa para melhor por menos de dois minutos, até um deles conseguir me reanimar. Foi uma situação tensa, mas foi o começo de tudo. Na minha recuperação, estudei severamente a produção musical em si e achei um sentindo para a sigla "born again shell". O nome Kernel Panic, pra variar, tambem tem origem da informatica. Resumindo, "panico no miolo", no caso, o núcleo de um sistema operacional. No meu caso, meu sistema nervoso!


4) O que diferencia os dois projetos?

André - Hoje em dia posso dizer que a linha de som que o "Bash" produz é uma linha mais introspectiva, psicodélica. Enquanto que o Kernel Panic, é uma tentativa de criar um som mais aberto, pra pista de dança. Resumindo, eu diria que o Bash ficou com a psicodelia e o Kernel Panic com a fritação!



5) Quais as suas infuências ao produzir?

André -

A maior influência na minha produção é o meu estado de espirito. Tento transparecer ao maximo nas musicas como é o clima no meu cérebro.

6) Você têm alguma religião? Qual?

André -

Tenho minhas crenças no Espiritismo. Mas não sou uma pessoa ativa na religião. Posso dizer que, desde que abri uma linha de comunicação plena e sincera com Deus, minha vida mudou drasticamente para melhor.

7) Você recentemente teve um EP lançado pela D-A-R-K Records, fale um pouco sobre ele e sobre a experiência com este tipo de venda de música virtual.

André -

Bom, foi uma experiencia otima! Não digo pelo retorno financeiro pois infelizmente a pirataria puxa o nosso tapete... Mas se tratando de divulgação, foi muito bom mesmo! A cada dia que passa vejo mais e mais pessoas ouvindo o meu trabalho e apreciando a música. Realmente, a divulgação compensa o péssimo retorno financeiro. Mas eu particularmente acho que o release Digital veio pra ficar. É de fácil acesso e você tem acesso a ele imediatamente, diferente das outras lojas que se tem que esperar muito para chegar e ainda correr o risco de ter a encomenda extraviada.

8) Conte-nos sobre as outras músicas suas que já foram lançadas. E, se puder, sobre algo que ainda está por vir.

André - Foram poucas até então, "My Mistake(rmx)" foi a primeira música a ser lançada em um net promo de lançamento do site da gravadora Sonic Tantra Records, com sede na India. Essa foi o começo de tudo. Na época eu queria algo rapido e psicodelico, mas não era muito familiarizado com o Dark... Algumas pessoas classificaram a musica como "Full-On Power" e achei bem na medida mesmo a classificação, porquê de fato a música não tem nada de Dark!

"Six Names" do Kernel Panic, foi a segunda música a ser lançada, tambem em um net promo. Essa música mexeu bem com a cabeça das pessoas, a mensagem dela é forte, literalmente "bate na cara" de quem escuta e percebe.

As do EP - Alcoholic Amnesia são as mais especiais para mim. Cada uma delas marcou uma fase musical em minha vida e foi muita sorte o pessoal da D-A-R-K ter selecionado as 3 para serem lançadas! O destaque pra mim, é a "Squizo" um duelo entre eu e eu mesmo pra saber quem é que no fim das contas está tocando os projetos pra frente!

A "Mahany" que será lançada agora em maio pela Dead Tree Productions, de Goiânia, é uma "Love song" hehehe, essa é uma musica dedicada a minha namorada e granda amiga, Marcella!

"Confined" que também será lançada até junho deste ano pela Discovalley Records, da India, foi a primeira que fiz com uma roupagem mais pesada. Uma linha bem introspectiva e um tema muito interessante. Essa foi uma época que hibernei pesado em casa produzindo.

E tem a "Animal Life(rmx)", que será lançada também até o fim de junho deste ano por uma nova gravadora chamada Underground Tremors. A compilação está sendo sendo selecionada pelo Kerosene Club e este remix já possui um nível de qualidade mais avançado. Ao menos comparada com as minhas outras produções!

9) Quais são os maiores nomes do dark psytrance na sua opinião? Quais você costuma tocar nos seus sets?

André - Bom, as músicas da fase mais "Dark" do Electrypnose sempre fazem parte dos meus sets. O Album "Fear" do Darkpsy também sempre aparece no meio dos meus sets. Phazy Mulator, Dark Summer, Fraktal Noise, Baphomet Engine, Savage Scream, Innersound são projetos que fazem parte do "mix musical mental" que tenho!



10) Qual foi a melhor ou as melhores festas que você já tocou e porquê? E a pior?


André - Bom, a melhor festa que toquei até hoje foi o "Reveillon Underground", em Corumbá-GO. Ali me senti em casa, rodeado de amigos e uma estrutura muito boa!! Sem contar o line-up que também foi muito bom! E graças a Deus o termo "Pior festa" ainda não existe pra mim.


11) Alguns adeptos do dark trance afirmam que 2007 é 'O ANO', e realmente estamos tendo bastante festas e muita música boa saindo do forno. Você concorda com tal afirmação? Porquê?

André - Concordo sim. Se o ano de 2007 tem sido "O ANO" pra mim, imagine para as outras pessoas envolvidas na cena. Alguns amigos de outros paises dizem que o dark não vai passar de tal estágio que se encontra atualmente... Tenho duvidas quanto a essa afirmação, pois o dark psychedelic ainda é muito novo. Então eu particularmente acho que ainda tem muito a se trilhar.


12) Que softwares e hardwares você utiliza para produzir suas músicas?

André - Atualmente meu setup deu uma melhorada, mas nada do outro mundo. Hoje em dia eu conto com:


Hardware: 1x Laptop Accer, AMD Sempron 1.8ghz, 512 de Ram e 40gb de disco rigido;1x Disco Rigido Externo USB 160gb;1x Placa de som M-Audio Fast Track;1x Controlador MIDI M-Audio Ozone;1x Par de monitores de audio KRK Systems, modelo Rockit RP6.

Software: Cubase SX 2.2.1;Ableton Live 5.0.3;Waves Diamond Bundle 4.5;Native Instruments Absynth 2.0;DiscoDSP Discovery v2.8;ReFX Vanguard 1.5.


13) Normalmente suas músicas possuem quantos canais? E basicamente como eles são divididos?

André - No começo, eu até perdia a conta de quantos canais existiam em um projeto meu. Mas hoje em dia normalmente não passa de 50 trilhas de audio/MIDI. Antigamente, como eu não tinha um computador na média para tal serviço, eu dividia o projeto em 3 outros projetos: Bateria, Sintetizadores e Vozes. Mas hoje em dia não existe mais esse tipo de separação, tudo vai em um arquivo só.


14) Existe alguma outra vertente da música eletrônica que você já pensou em produzir?

André - Eu tenho um projeto de dark prog/minimal chamado "Interferenz". Mas no momento o mesmo encontra-se em "stand by". Num futuro bem próximo, voltarei a trabalhar no mesmo. Pretendo ficar no limite entre o dark prog, o minimal e o tech-trance.


15) O que você curte ouvir fora do psytrance?

André - Sons alternativos como Primus, Morphine, Sonic Youth, Pixies. Muito Hard Core Crossover, D.R.I., Napalm Death, Extreme Noise Terror, Ratos de Porão e o que fecha com chave de ouro pra mim, Cannibal Corpse. Ahh sonzera!


16) Bem, André, estamos chegando ao final de nossa entrevista. Muito obrigado pela atenção, o espaço agora é todo seu. Pode mandar o recado final.

André - Fico muito feliz pelo espaço cedido, realmente é grande prazer poder me expressar e dizer o que acontece comigo! Espero poder continuar a proporcionar bons momentos musicais a quem interessa esse estilo musical. É sempre poder compôr mais e mais!
Buenassss!!! :D

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Entrevista por Amadeu Medina e Bruno Azalim.

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Sites Relacionados:
http://www.myspace.com/bashbr

http://www.fiberonline.com.br/bash

http://www.fiberonline.com.br/kernel_panic
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2 comentários:

Anônimo disse...

eh essa entrevista ficou mt massa mesmo

curti muito ela e espero que a galera curta

Anônimo disse...

da-lhe dark!c