quinta-feira, 31 de maio de 2007

Galeria: SAYKO

Seguem algumas imagens concedidas pelo Sayko para o Hazy Stories:

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Gostou?
Entre em contato com o artista: sayko.com@hotmail.com

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Um ótimo começo!


Bem, venho aqui agradecer a todos os nossos leitores e colaboradores pela atenção concedida ao blog neste primeiro mês de vida!
Ontem completamos um mês de idade com 1180 visitas, o que, penso eu, é um excelente começo. Muito obrigado!

Vale lembrar sempre para quem estiver interessado em ajudar-nos com qualquer matéria, entrevista, resenha, foto, etc. Entre em contato conosco pelo e-mail: hazystories@gmail.com




Equipe Hazy Stories.
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Publicações do mês:
Entrevistas:
Megalopsy
Bash/Kernel Panic
DJ Sutemi
Chipset/Woogie Boogie
Resenhas:
VA - Looney Tunes (2007, Brain Busters)
Jocid & Psycobit - Blodder (2007, Sonic Dragon)
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segunda-feira, 21 de maio de 2007

CARBONO PARTY com Baphomet Engine e Electrypnose - Vila Velha, ES - 26/05/2007





Descrição:
“O carbono é um elemento químico (símbolo C) de número atômico 6, com massa atômica 12u, e sólido à temperatura ambiente. É o pilar básico da química orgânica. Se conhecem cerca de 10 milhões de compostos de carbono, sendo este encontrado em todos os seres vivos.”

Carbono Party será uma experiência única, um momento inesquecível na vida de todos aqueles que estarão presentes, é a verdadeira revolução psicodélica começando a tomar forma no estado do Espírito Santo. Após anos sendo ignorado nos line-ups das grandes festas rave brasileiras (enquanto tem seu lugar garantido nos grandes festivais europeus, nos EUA, Rússia e Japão), finalmente o dark psy começa a conquistar o seu espaço, e é sobre isto que estamos falando aqui. É com muito orgulho que a Carbono produções traz ao estado dois dos maiores nomes da cena dark eletrônica no mundo: Baphomet Engine e Electrypnose.

Data:
26 DE MAIO 2007 (Sábado)
Local:
Nada melhor do que a lendária Ilhazinha da Fazenda Camping na Barra do Jucu para um som dark de primeira qualidade. A Fazenda Camping se localiza Rodovia do Sol, KM 19 em Vila Velha.



LINE UP:
23:30 Onionbrain (Mental Soundz)
00:30 Young (E-Qualizer)
01:30 Fuka (No Record)
03:30 Baphomet Engine LIVE (Kabrathor Records) Goiania
05:00 Electrypnose LIVE (Kabrathor Records) Suiça
06:30 Away vs Lokeier (-carbono-)
08:30 FreeKzoide (Freaka rec)
10:00 Guilherme (Wall Street)
Electrypnose:
Desde 2001 produzindo música eletrônica, o suíço Vince Le Barde é o nome por trás do projeto Electrypnose. Com três álbuns próprios lançados e participação em 22 coletâneas, o Electrypnose já realizou diversas turnês pelo mundo e tocou em grandes festivais como o Universo Parallelo.
Inédito no Espírito Santo, Le Barde trará o melhor do dark full-on mundial com um live de uma hora e meia de muita energia e feeling.
Baphomet Engine:
O projeto Baphomet Engine é fruto do trabalho de Luiz e Fábio. Vindos de diferentes estilos musicais, em 1998, os dois migraram para o mundo da música eletrônica, já com um verdadeiro background musical. O Baphomet procura criar uma incrível experiência através de uma energia única com uma grande gama de sons e freqüências. Eles desenvolvem sua música para revelar a loucura e o caos do “mundo real”.
O Baphomet Engine é reconhecido internacionalmente como um dos mais inovadores e criativos projetos não só do cenário brasileiro. Com um som noturno e intenso, levam todos a uma profunda reflexão inserida no verdadeiro transe psicodélico.

Ingressos:
Primeiro lote = 20* reais
Segundo lote = 25* reais
Porta = 30* reais
*valores de meia-entrada

Na entrada -> Ingresso + Doação de 1kg de alimento não perecível, que será doado à ACACCI.

Pontos de Venda:
Wind Summer – Campo Grande, Laranjeiras, Jardim da Penha e Glória
Contemporânea – Shopping Norte Sul
Comissários - (9843 4539)

Estrutura:
Dancefloor com Decoração Flúor, Estacionamento Free*, Paramédicos com ambulância, Seguranças Profissionais e Bar.
*vagas limitadas

Transportes:
Camila: 9848-4870

Informações Gerais:

1. Proibida a entrada de armas, objetos metálicos, cortantes, vidros e bebidas alcoólicas.

2. Obrigatória a apresentação de documento legal de identificação (RG, Carteira Nacional de Habilitação ou Carteira de Trabalho) na entrada do evento.

3. Proibida a entrada de substâncias ilícitas - Tolerância zero.

4. Doação de um quilo de alimento obrigatório. Todo o alimento arrecadado será doado a ACCACCI.

5. Não é permitida a entrada de equipamento de fotografia ou filmagem profissional sem autorização da organização do evento.

Apoio:
Fine Photo e Vídeo
Fazenda Camping
Printcom
Lanches Paulista
Tela Show
Casa da Índia
IZorra
Equipamento de Som e P.A.:
Equipamentos de alta qualidade da Tela Show.
Realização:
Carbono Produções

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Entrevista: CHIPSET/WOOGIE BOOGIE

Logo após uma bela estréia do live de seu novo projeto - Woogie Boogie - na festa da Kabrathor Records, em Goiânia, entrevistamos Allyson, o mentor deste projeto e do Chipset.




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1) Seja bem vindo Allyson, apresente-se aos nossos leitores por favor.

Allyson - Bom, meu nome é este ai e me chamam desde mil novecentos e bolinha de "batata" ou "barows". andei muito de skate, até que os joelhos não dessem conta mais. Tocava skacore, punk e hc em campeonatos e me tornei sedentario após conhecer o psytrance em meados de 1998 em festas privativas organizadas por grupos como "psyfullmoon" e "tranceformation". Logo depois como a maioria me interessei pelo que se passava por trás das cdj´s e comecei a tocar junto a um amigo (Deadline). Após isto, comecei a produzir com outro amigo das antigas, o Zoim (Kabrathor Rec.) com o projeto "Virus de Bios", onde começamos a fazer uns progressivos mais ou menos na linha que escutávamos na época, mas o resultado, claro, era bem simples, pois as ferramentas e o conhecimento sobre produção eram poucos.


2) Quando você se interessou pela música eletrônica? E pelo Dark Trance?

Allyson - Tipo, meus primeiros discos de vinil eu ganhei na minha infância, entre eles estavam "Sigue Sigue Sputnik""Billy Idol", "New Order", "Erasure", "Pet Shop Boys"... Enfim, acho que foi o começo. Mas sempre me interessei mesmo por metal,indie, punk rock e suas ramificações, mas também gosto de projetos comerciais como Prodigy, Chemical Brothers, Apex Twin e o que a MTV apresentava na época, pois não fazia questão de pesquisar sobre o assunto. O dark veio devido ao fato de eu sempre gostar do lado mais alternativo da música em geral e meu primeiro cd de dark foi o "Xenomorph - Cassandra´s Nightmare", de 1998.


3) Você produz com o 'codinome' CHIPSET. Qual o conceito por trás do projeto?

Allyson - Bom, o nome não tem um significado específico, mas tem a ver com a convivência e o vício em informação, tecnologia e informática, assim como o Virus de Bios. Quem me deu este "aka" foi o brother Fábio (Baphomet Engine).


4) E as suas influências?

Allyson -
Tenho um amplo gosto musical, mas na vertente da e-music que ouço são, Kindzadza, Cosmo, Naked Tourist, Electrypnose, Kerosene Club, Savage Scream, Orestis, Stranger, Whicked Hayo, Blisargon Demogorgon, Clockstoppers, Alien Mental, Narcosis, Sensient, Krumelur, Minimal Criminal, Bufo, Moses, Hedonix....


5) Algum artista preferido?

Allyson -
Não tenho artista preferido

6) Qual foi sua melhor apresentação até hoje?

Allyson -

A melhor é meio difícil de definir, mas uma que marcou foi na virada deste ano onde a luz do dancefloor acabou e ao invés do público ter uma reação negativa ocorreu o contrário. Se fosse premeditado o blackout não teria o mesmo efeito.

7) Você, assim como o Bash, acaba de lançar um EP pela D-A-R-K Records. O que acha deste experiência de venda de música online?

Allyson - Sempre achei que este foi era futuro sobre vendas de entretenimento, incluindo a venda de música em formato "lossless" e até mesmo a disponibilidade a dj´s de terem o acesso a um "promo" do artista em qualidade aceitavel para se tocar. O pessoal do psytrance não tem o costume de comprar música online, preferindo adquirir através do "trading". Mas sites
como o "Beatport" mostram que é alto o número de clientes que compram música online em outras vertentes da e-music. Creio que um dia Dj´s e apreciadores do psytrance terão este hábito.

8) E já que estamos falando de música online, o que acha das pessoas compartilhando mp3 na internet, tendo em vista que o dark psychedelic ainda é totalmente underground?

Allyson - Não sou a favor do trade mas também não sou contra. É uma forma de promoção para artistas no início, mas um prejuízo enorme para a gravadora que investe no release. Gravadoras já nascem sabendo que algum crew de ftp vai "ripar" e disponibilizar as músicas até mesmo antes do cd estar nas lojas. Desde a época do Napster isto existe e sabemos que nunca vai acabar, pois o Metallica fechou o Napster, mas surgiram vários e vários softwares peer-to-peer. Sempre vai ser assim, ainda mais no Brasil onde se comprar um cd importado sai muito caro devido as taxas de importação, etc.


9) Quanto aos seus projetos antigos: Virus de Bios, Syndrom e Trojan, que fim eles tiveram?

Allyson - O virus de Bios acabou em parte devido a uma fase conturbada que passamos. Syndrom, porquê cada um seguiu um rumo diferente, mas foi um projeto de curto prazo que deixa saudades. Trojan porquê não tinha uma linha definida, mas ainda irei fazer alguns versus com dj´s que conheço. A grande mudança de projetos é porque nao consigo produzir ou bitolar em um só estilo.


10) Você iniciou recentemente um projeto paralelo de dark progressive, ou psygressive chamado Woogie Boogie. O que o levou a produzir este tipo de música?

Allyson - Sempre gostei desta linha que considero a mais underground de progressive, e, devido ao escasso lançamento de albuns do gênero e o pequeno número de festas e dj´s que tocam este tipo de música, comecei a produzir. No começo do trance eu não me assimilava muito com a linha israeli e escutava sons escandinavos e franceses como Paps, Yumade, Tripiatrik e sonsque se chamavam de minimal progressive como Nasa, Pots, Sbk, Auricular, Funkyller, Goliken e Mathematica. Quem me incentivou foi um amigo, o DJ Controle, que toca esta linha e havia escutado algumas bases experimentais que fiz. Trabalhei na intenção de estrear na festa que ele organiza, a Kabrathor Label Party.

11) Este é um gênero do psytrance ainda pouco explorado, eu diria até que é um gênero muito promissor, mas é raro se ver sets ou lives de prog dark em festas no Brasil. Até a pouco tempo atrás só tínhamos o Minimal Criminal como representante tupiniquim na cena, mas agora alguns bons projetos estão surgindo. Será que o gênero irá estabelecer aqui no Brasil?


Allyson - Creio que aqui ainda vai demorar um pouco, mas as pessoas tem facilidade de assimilar novas tendências e é um som bem grooveado e as vezes, bem minimalista, podendo ser tocado em clubs e festas open air. Só falta uma maior visibilidade desta vertente no Brasil. O Minimal Criminal é realmente um dos melhores sons do gênero hoje em dia e espero vê-los aqui em "Goiânia Dark city" em breve.


12) A primeira apresentação do Woogie Boogie foi agora, dia 12 de maio, na Kabrathor Label Party em Goiânia. Conta pra gente, como foi a resposta do público? Você ficou satisfeito com o live?

Allyson - Foi uma festa muito boa com line up e caráter totalmente noturno. Toquei após Spectral Skunk E Oxyd, que são sons que já aprecio a um bom tempo. Acho que a resposta da pista foi boa após o som do Oxyd. Rolou um certo nervosismo mas foi boa a experiência.


13) O que podemos esperar de seus projetos para 2006 e 2007?


Allyson -

Músicas diferentes sem rótulos definidos, ou seja, com a minha cara. (risos)

14) Por fim, nos dê um pequeno panorama de seu estúdio (hardware e software).

Allyson -

Hardware: AMD Atlhon 3.1 1gbram ddr2, Notebook Compaq celeron mobile 1.7 512mbddr2, Audigy 2 5.1 pci Soundcard (open source asio drivers), Midi Controller Evolution Mk226C.


Software: Logic Audio Platinum 5.3, Cubase Sx2/Sx3, Waves bundle 5.3, Discovery NordRack 2.3, Albino 2/3, Rob Palpen Predator, Minimonsta, Ultrafunk FX entre Cd´s de Samples Akai, Ikmultmedia,Zero G, Sony entre vários plug-ins e samples de Filmes de suspense/terror.


Simples como os ramones (risos)


15) Muito obrigado por nós conceder esta entrevista. O espaço é seu, deixe sua mensagem para os freaks brasileiros.

Allyson - Música é Música indiferente de rótulos. Nada é impossível e aceite outras vertentes de música, não criticando-assem conhecê-las. Acredite no underground, apoie, e, quando puder, ajude as labels/artistas comprando cd´s originais. Acredite em seus sonhos, pois eu nunca pensei que poderia tocar alguma coisa e consegui, sem cursos ou orientações segmentadas, tocar minha viola (pc). Abraços e agradeço ao pessoal da Dead-Tree, ao Bruno do "Onionbrain" por me conceder esta oportunidade e fazer música comigo, ao meu filho Lorenzo, e a todos que estão lendo esta entrevista.

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Entrevista por Bruno Azalim.

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Sites Relacionados:
www.myspace.com/chipsetlive
www.myspace.com/woogieboogielive
www.fiberonline.com/chipset
www.psybertribe.org
www.dead-tree.net
www.fotolog.net/barows
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quarta-feira, 9 de maio de 2007

Entrevista: DJ SUTEMI

Dessa vez o entrevistado foi o Dj Sutemi, além possuidor de um famoso e explosivo set, ele é mentor de uma das novas iniciativas de festas dark psychedelic no Brasil, o projeto indoor 'Makunba'.




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1) Primeiro de tudo, seja bem vindo Sutemi. Por favor apresente-se aos leitores do Hazy Stories.

Sutemi - Obrigado. Fico feliz por estar falando com vocês, e já digo de cara que é minha primeira entrevista. Algo que na verdade eu nunca tinha pensado em conceder (risos). Mas vamos lá... Sutemi é meu sobrenome, mas meu nome é João Carlos, estou próximo dos meus 23 anos, nasci e morei em São Paulo, e há três meses, estou morando em Curitiba, junto de minha mulher.


2) Quando e como foi o seu primeiro contato com a música eletrônica?


Sutemi - É uma longa história, mas resumindo: na minha pré-adolescência, lá pelos meus nove, dez anos, influenciado pelo meu primo mais velho, que na época tinha seus treze, quatorze anos e curtia Jungle, comecei ouvir aquelas batidas totalmente quebradas e hipnóticas, e logo me apaixonei. Tratei de me apropriar de um cdzinho dele, chamado “Jungle Renegades”. Dali em diante, não teve mais volta. Ao invés de brinquedos e afins, passei a pedir discos como presente. O problema para os meus familiares era, onde achar esses tais bolachões de 12 polegadas? Acho que dei trabalho. E claro, meus familiares acharam BEM estranha aquela atitude, pela pouca idade que eu ainda tinha, fui levado até um especialista pra ver se estava tudo normal com a minha pequena pessoa (risos). De Balão Mágico passei a ouvir Goldie, Tek 9, Buckwild, Borderline, Optical, Alex Reece, Jonny L, entre muitos outros clássicos produtores de Jungle da época. Mas o primeiro contato mais direto com esse submundo, foi aos 14 anos, onde eu já conseguia entrar em algumas casas noturnas, por intermédio de alguns amigos mais velhos, travei uma grande batalha com a família, mas eu sempre daria um jeito de freqüentar os lendários clubs Sound Factory, Over Night, Toco, etc., que na época, eram OS picos de Sampa pra quem queria uma boa balada underground.


3) Quando e por quê resolveu virar DJ?


Sutemi - Na verdade, não planejei “virar” DJ. Ao longo desses anos, ao mesmo tempo que eu dançava, eu não tirava os olhos da mesa de equipamentos dos DJs. Achava, e ainda acho, tudo isso muito fascinante, mais que interessante, onde envolve muita criatividade e percepção, além de bom gosto musical, claro. Então acho que naturalmente, com o passar do tempo, meu interesse pela coisa foi crescendo, chegando ao ponto onde eu quis aprender, jamais imaginando que viria a ser profissional. Posso dizer que com os olhos e ouvidos, tive uma ótima escola, vendo incansáveis vezes DJs como Julião, Marky, Andy, Pet Duo, etc. arregaçando as pistas! Convivendo bem próximo daquilo, ouvi também bons conselhos de alguns desses “monstros”. Mas só em meados de 2000, tive meu primeiro contato com os toca-discos. Em quinze dias, aprendi tocar com vinil e cd. Odiava tocar com cd, até porque na época, eu ainda idolatrava o Jungle e o Drum’n’Bass, então, se não fosse vinil, não tinha de ser!


4) Por quê o dark psytrance?


Sutemi - A princípio quando comecei tocar, ou era Jungle/Drum’n’Bass, ou não era. Então em 2001 conheci o Psytrance, e ao contrario de muitos falsos moralistas, o Psytrance não mudou minha vida (risos). Não deram seis meses para que eu confirmasse que era “Jungle or Die”. Pelo fato de as festas proporcionarem sempre as mesmas coisas para o público, eu acabei cansando rápido daquilo, foi aí então que tive uma luz, de buscar o que eu tenho de minha raiz, o underground. Então conheci o Dark Psychedelic, e não deu outra! Na medida em que eu mais descobria, mais me interessava. Um som totalmente envolvente, introspectivo, psicodélico ao extremo, pesado, hard e free style! Juntou, praticamente, todos os ingredientes musicais que eu mais gosto de saborear, em um som só. Passei a entender que na verdade era e ainda é “Dark Psychedelic or Die”! Demorei alguns anos, para voltar a ouvir coisas que eu ouvia sempre, por causa do Dark Psy.



5) Além de fazer Dj Set, você produz música eletrônica? Se não, já pensou em produzir?


Sutemi - Putz! É algo que já virou novela na minha vida. Desde 2004 estou nesse impasse de produzir. Amo fazer o que eu faço, porém sempre estou em busca da evolução, e esta, é passar de DJ a Produtor. Mas me conformo pelo fato de ter tido muitas mudanças na minha vida nesse tempo, acabei não tendo muito tempo para me dedicar a produção ainda. É algo que eu quero muito, porém, como tudo, tem que haver paciência. Tenho muitos amigos envolvidos nisso, onde eu até participei de algumas produções. Tenho também alguns “rascunhos” de própria autoria no meu humilde Studio Home, que ainda não passa de equipamentos básicos. Mas produção mesmo, de qualidade, ainda não. Acredito e idealizo que dentro de no mínimo dois anos, talvez eu comece a dar minha cara à tapa como produtor, mas só farei isso quando tiver uma segurança sobre meu próprio som. Eu disse “no mínimo”, pelo fato de eu ser muito crítico e chato em respeito à música (risos).


6) Qual foi a festa na qual você mais gostou de tocar? Por quê? E a pior?


Sutemi - Esse é o tipo de pergunta bem complicada de responder. Não consigo citar apenas uma. Cito a Etnica, Respect e Daime Tribe em São Paulo, e a Makunba e Cosmoon em Curitiba. Cada festa com o seu motivo, mas alguns motivos em comum dentre todas, é que nestas, o público realmente entendeu o que eu quis passar quando estava tocando e foram/são festas realmente psicodélicas. A pior, graças a Deus, não tive uma, ainda, que eu possa dizer: “Nossa, que merda!”, mas por incrível que pareça, o Festival de Música Quantika (Earthdance 2005), em Minas Gerais, que foi organizado pela Quantika Records e parcerias teve uma das piores organizações que já presenciei. Tiveram seus contra tempos, mas em qualquer evento ocorrem vários contra tempos, tem que estar preparado pra tudo, se quiser dar uma de organizador. Ou faz direito, ou nem faz.

7) O que não pode faltar no seu set?


Sutemi - Eu deveria perguntar pra galera que já ouviu meu set algumas vezes, eles responderiam isso melhor que eu, talvez. Porque o que eu não faço, é repetir set. Claro que algumas músicas, é difícil de deixar de fora, mas set treinadinho não é comigo. Mas algumas coisas que eu sempre quero transmitir nos meus sets, são: psicodelia, mixagens bem exploradas e inesperadas, e a criação de uma história com muita atmosfera, com começo meio e fim.


8) Além do dark o que você costuma escutar?


Sutemi - Gosto de ouvir coisas novas, o que tenho de costume é jungle, IDM, minimal e techno. Mais atualmente rock psicodélico, dub... nossa, muitas coisas! Estou procurando ouvir sons diferentes, tenho que estar atualizado nas coisas boas fora da e-music também. Acho muito importante.


9) Sabe-se que você está por trás da produção da festa Makunba, fale mais sobre o projeto.


Sutemi - O projeto Makunba é um projeto indoor no qual unifica conceito, psicodelia sonora e visual, artistas de qualidade e preços acessíveis e só acontece nas sextas-feiras 13. Tem como principal característica a exploração da música psicodélica noturna. Vindo para Curitiba, desde 2005, percebo a tempos que a galera aqui tem carência de festas indoor de qualidade, principalmente que proporcionem novidades e grandes projetos/djs no line up. Prezei, principalmente, pela qualidade da festa e pelo respeito ao público e, como retorno, tivemos uma grande festa indoor! Até onde eu vi, todos saíram no mínimo satisfeitos com o que viram e ouviram.


10) A festa teve o resultado esperado?


Sutemi - Teve! Financeiramente falando, não foi a melhor coisa do mundo. Todos que me conhecem, sabem de onde eu vim, então, tomar prejuízo não é muito fácil nas minhas condições, mas foi algo bem pequeno. O que me orgulho é que, mesmo sabendo da situação durante a festa, fizemos questão de pagar exatamente tudo que prometemos, nem mais nem menos! Afinal, antes de organizador, sou DJ, e sei muito bem o respeito que deve ser dado para cada artista, sendo ele gringo ou não, coisa que muitos organizadores não têm pelos seus contratados. Mas sobre a festa né?! (risos) Foi algo surpreendente! Sinceramente, não esperava que a festa “bombasse”. O lugar comportava 400, 450 pessoas, eu esperava umas 300 pessoas no máximo, e dessas 300 pessoas, eu esperava que apenas umas 150 pessoas permanecessem na festa até o fim. Pois ainda era 1 da madrugada, e a casa já estava bem cheia, mais de 350 pessoas, no giro deu próximo de 450. O melhor, foi que a festa foi prometida até 7 da manhã, eram 9 da manhã e ainda tinha uma galera lá, dançando e querendo mais, tivemos que desligar o som e “pedir” pra irem embora (risos).


11) Há previsões para uma próxima edição?


Sutemi - Com certeza! É um trabalho em longo prazo. Em São Paulo, todos sabem que a 3, 4 anos atrás, nada do que acontece hoje, acontecia. Por aqui, quero trilhar o mesmo caminho que trilhei lá. Na verdade, trilhar um caminho até melhor, por hoje ser mais experiente. Mas a próxima edição da Makunba já tem data, e é uma sexta-feira 13 de Julho. Estamos em busca de parceiros também, para aumentar nossos recursos, mas é difícil de alguém que não viva tudo isso querer investir em um projeto assim, por melhor que ele seja. Mas independente, quero, no mínimo, manter a qualidade da última edição. A intenção é sempre melhorar. Não tem como eu não querer continuar com a Makunba, depois de comentários como: “meu conceito mudou totalmente sobre música psicodélica e sobre dark trance” ou “me desculpa, sempre falei mal do dark, agora eu entendi o que realmente é dark, e o que é música eletrônica psicodélica”. Esses foram fatores mais que importantes para eu perceber que a Makunba tinha conseguido passar sua mensagem pra galera. Já estou vendo possíveis nomes para o line up da próxima edição e aproveito para dizer que quero manter uma rotatividade de artistas, tanto nacional como internacional. Não quero deixar cair na “mesmice”, quero proporcionar novidades pra galera. Sempre digo que o que falta principalmente pro público é informação.


12) O dark trance começou a ganhar espaço agora no Brasil, com a realização de festas como a Etnica, Respect e Makunba. Você acha que há a possibilidade de um crescimento ainda maior?

Sutemi - Interessante a pergunta, pois é como eu disse na pergunta anterior. Há 3, 4 anos atrás, pouco se ouvia sobre dark, claro que como você disse Bruno, só agora o dark esta tendo um espaço considerável aqui no Brasil. Mas já houve um enorme crescimento da cena underground. Lembro-me de festas abertas, com um line up de muita qualidade, para 100, 150 pessoas, festas indoors de qualidade igual, com 30 pessoas. Isso na época já era uma vitória pra gente! Sabíamos que aquelas poucas pessoas presentes eram pessoas que faziam parte do movimento há mais tempo e que cedo ou tarde teríamos uma resposta maior. Apostamos e lutamos pelo que acreditamos e estamos colhendo hoje o que foi plantado. Se há possibilidade de um crescimento maior? Claro que sim. Apesar de eu ser contra a idéia de virar “pop”, temos que ir devagar como sempre fomos para podermos passar música e informação, simultaneamente, e não perdemos o foco. Acho que será, como sempre foi, um processo natural das pessoas freqüentadoras. Uma hora o “semancol” tem de bater, daí irão à procura de algo que realmente lhes tragam experiências únicas e que alimente sua “fome” por música psicodélica. O Brasil tem futuro, mas não podemos deixar cair no mesmo erro que a cena comercial deixou cair, visando apenas lucro. Dinheiro todos nós precisamos, não vou ser hipócrita de dizer que não preciso ou não quero, mas não é tudo na vida para quem ama e vive tudo isso de verdade!

13) Você acha que o dark psy ganhará o mesmo espaço que gêneros como o progpsy e o electro-house têm, hoje em dia, no line-up das festas rave no geral?

Sutemi - Tomara que sim! Eu acredito que sim, senão não estaria remando contra a maré a alguns bons anos. Só que é relativo, hoje eu não vejo mais o prog psy com tanto espaço na cena brasileira, pelo fato de o electro e tech-house ter tomado o espaço que era do prog psy. Fico triste na verdade, por que electro e afins, nada tem haver com o contexto de uma festa psicodélica. São moldes formados para atrair público que curte 'popero' e a playboyzada, que, geralmente, não conhece muito o que ele está ouvindo. E por mais séria que seja a música, ela ainda se encaixa facilmente dentro do que é comercial, enfim, tudo para ganhar mais dinheiro! Nada contra quem gosta, mas não venha me falar que 8 é 80. Já que o brasileiro tem uma cultura “paga pau”, observamos Londres, e vemos que o electro bomba forte por lá, assim como o drum’n’bass. Mas tem um porém, são festas indoors! Nada misturado com festas psicodélicas. Acredito que, como já está acontecendo, finalmente o dark terá seu espaço, mais que merecido, nas noites das festas e festivais que se importam realmente com psicodelia, e que querem proporcionar uma larga experiência sonora para seu público. Em 5 anos o cenário por aqui estará bem mais obscuro. (risos)

14) Se você pudesse escolher qualquer artista da música eletrônica do mundo para tocar em uma festa sua, qual seria?

Sutemi - Na faixa?! (risos) Brincadeira... Cara, são muitos nomes, pensando em um evento de música eletrônica no geral, algo que comportasse vários estilos diferentes, penso em: primeiramente Asian Dub Fundation que é uma banda única de IDM/Jungle, Prodigy que é referência para muitos se tratando de free style music e infelizmente perdi as duas apresentações deles aqui no Brasil, Goa Gil que é o mestre da psicodelia. Seguindo a mesma idéia, penso em um nome que ainda não veio ao Brasil, talvez Psykovsky, Jelly Headz, Alien Mental, putz aí complica! Goldie ou J Magik que são uns dos monstros da história da cena Drum’n’Bass, Pet Duo representando muito bem o Brasil no Techno, Apoptygma Berzerk que é uma banda expoente do industrial... Nossa, eu ficaria até amanhã aqui falando, mas esses são grandes nomes que eu particularmente gostaria de ver tocando em uma festa minha. Mesclei várias vertentes por que é um “sonho” ter um festival de e-music underground. Festival que seria bem diferente do normal olhando esse pré line up. (risos)

15) Bem, Sutemi, muito obrigado por nos conceder esta entrevista. O espaço é seu. Deixe seu recado.

Sutemi - Eu que agradeço à procura! Desejo muito sucesso ao Hazy Stories e parabéns pela iniciativa, como eu sempre digo: “O Brasil precisa disponibilizar mais informação”. Porque se depender de outros veículos de informação mais populares, estamos ferrados! (risos) Meu recado é apenas de agradecimentos para as pessoas que sempre acreditaram em mim, que me ajudaram... sempre aprendi muito com as pessoas ao meu redor, por ser bastante observador, e serei sempre grato. Minha mulher, que sempre me dá forças quando mais preciso. Minha família, que mesmo travando inúmeras batalhas, sempre me deram liberdade para lutar pelos meus verdadeiros ideais. Ao público que me fez elogios, mas que também fez críticas. Enfim, um abraço a todos e muita bizarrice sonora pra nós! (risos)

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Entrevista por Bruno Azalim.

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Sites Relacionados:

http://djsutemi.multiply.com

http://www.dead-tree.net/v2/djsutemi/djsutemi.html

http://www.thefullonproject.com.br/release.asp?id=34

http://www.interalfa.com.br/ethereal/djs.php?nome=Sutemi

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sábado, 5 de maio de 2007

Album Review: Jocid & Psycobit - Blodder (2007)


Há algum tempo já costumo dizer que a Sonic Dragon é a melhor gravadora dentro do underground do psytrance, se situando entre a crosta terrestre e a massa densa de magma do núcleo central. Dali só saem bons artistas e bons lançamentos, tudo dentro das vertentes mais originais e autênticas no estilo atualmente. Não é diferente com este mais novo release. De seu laboratório sonoro em Amsterdam, Joshua Gablan aka Jocid se une com Psycobit, provavelmente mais um freak com uma mente distorcida como seu parceiro, e nos traz uma obra-prima de trance psicodélico. Como diriam os bretões: "mindblowing". É essa a expressão que me ocorre para descrever este álbum.



1. Face On A DVD (7:35)
O álbum começa com a tônica de um full-on night bastante acelerado, com synths talvez um pouco trabalhados de menos mas que funcionam bem - uma linha quase hi-tech. O bassline nos faz esquecer de um detalhe como esse, tão bom que é. Esta é a track que dá o tom do cd daqui pra frente, muito boa mas ainda há melhores pela frente. (3/5)
2. Ditherjob (8:57)
Aqui a coisa fica um pouco mais pesada, um bassline que nos remete a algo parecido com Electrypnose, uma linha meio Parvati Records talvez. Um dark full-on bem interessante, com synths bem mais trabalhados do que na primeira faixa, um clima introspectivo. As mudanças do bassline também caem muitíssimo bem no conjunto da track criando um clima muito atmosférico conforme a música evolui.(5/5)
3. Battery People (8:01)
Voltamos ao full-on night, agora um pouco mais leve. Uma linha que nos remete à antigos sons do Talamasca, algo dessa linha bem noturna e introspectiva dentro do full-on. Destaco aqui os synths, ou como gosto de chamar: ''gatinhos''. É um synth que 'mia' a música inteira, todos devem estar mais do que acostumados com ele.. Os samples também se encaixam muito muito bem nessa track, contribuindo para a atmosfera que se cria. Isso que é som pra pista!(5/5)
4. Demon D (8:04)
Uma das tracks mais estranhas do cd. Prestem muita atenção nesse bassline! Isso é coisa séria de verdade, um full-on night com clima de som progressivo e synths à moda Naked Tourist. Certamente o Jocid cultiva boas influências musicais para atingir estes resultados.(4/5)
5. Blodder (7:50)
Caminhando a partir desta última track vemos agora um full-on com características progressivas. Um som até meio Logic Bomb, mas falo de progressivas pelo caminhar do kick. É um daqueles sons 'cavalgantes' e não retos, pessoalmente gosto muito disso. Do meio pro fim a música vai ficando cada vez mais full-on, mas sempre mantendo a psicodelia que é a verdadeira tônica do álbum.(5/5)
6. I Wonder (6:46)
Vou me retratar agora e dizer que estava errado quanto à track 4 (Demon D). ESTA track aqui é a mais estranha do cd. Difícil definir se se trata mais de um full-on do que um dark. Se encaixaria bem em qualquer uma das vertentes. O bassline continua sendo uma marca fortíssima do Jocid até aqui e agora pode-se sentir uma influência de suomi trance nele, sendo um baixo bem gordo e pulsante.(4/5)
7. Global Control (8:40)
Muda tudo, agora vemos um hi-tech full-on completo. Não existe outra definição aceitável pra este tipo de som, com uma boa pitada de Nomad no bassline e nos synths. Ah que saudade do "Mad Attack", essa música certamente entraria naquele cd se não fosse composta pelo Jocid ao invés do próprio Nomad. A verdade é que o Joshua realmente bebeu direto da fonte!(5/5)

8. Nasty Sluts (8:20)
Infelizmente eu vou dizer que esta é a pior track do cd. Não que seja ruim, mas foge do contexto totalmente. O bassline lembra um full-on simples e desaponta principalmente após do que ouvimos na track anterior. Mas os synths ajudam e continuam a influência de Nomad que citei. Definitivamente a pior track do cd, mas nem por isso totalmente ruim.(3/5)
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Certamente este é um álbum que, pros fãs de sons noturnos e especialmente de full-on night, deve ser indispensável. Jocid já lançou diversas tracks por aí, além de dois álbuns próprios anteriores, sendo o último em 2005 pela Manic Dragon - um braço dark da Sonic Dragon - e também numa boa compilação da gravadora ano passado, VA Lo Land Hi Tech, onde já mostrava o que viria pra esse álbum se pararmos pra analisar aquela track que já era bem diferente do cd anterior. Quando fui ouvir esperava um som mais dark com certeza, mas em nenhum momento me desapontei e recomendo fortemente uma boa ouvida neste álbum. Um dos melhores dentro desta vertente que ouvi em algum tempo, muito autêntico e bem influenciado na medida certa.
NOTA: 4.2*
*pontuação entre 0 e 5.
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Resenha por Caio Proença

terça-feira, 1 de maio de 2007

Entrevista: BASH/KERNEL PANIC

Esta semana o entrevistado foi André Torres, o maluco por trás dos projetos Bash e Kernel Panic, que agora começam a ganhar destaque no cenário internacional.



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1) Primeiro de tudo, seja bem vindo ao Hazy Stories André, apresente-se por favor.

André - Alou caríssimos colegas coligados adeptos dos sons pesados e psicodélicos. É um grande prazer poder fazer parte disso tudo e duplamente melhor, ter o feedback que tenho de vocês!


2) Como foi o seu primeiro contato com a música eletrônica?

André - Bom, aconteceu em 1995 e o estilo era o Dance. Nessa epoca esse estilo pegava fogo nas boates, mas foi um contato bem superficial. Na mesma epoca, eu já estava bem abitolado em Punk Rock, Grunge, Rock Alternativo e similares. E assim se foi meu contato com a musica eletrônica. Só me deparei com ela novamente no final de 2002, quando uma namorada que eu tinha na época conseguiu me arrastar para uma tenda que estava rolando música eletrônica em um evento aqui em Brasilia. Não tenho a menor ideia de quem estava tocando e o que estava sendo tocado. Sei que gostei e muito! A ambientação da festa, o som frenético, as pessoas dançando... Aquilo tudo era muito novo pra mim, pois eu nunca havia tido contato com tal tribo. Dias após o acontecimento, um amigo meu que já conhecia melhor toda a coisa, me disse que boa parte das músicas eram produzidas no computador. Juntei duas paixões minhas, informática e música. Inevitavelmente, comecei a pesquisar sobre artistas, programas, estilos e afins. E deu no que deu!


3) De onde surgiu o nome Bash? e Kernel Panic?

André - Bash é uma sigla que significa "Born Again Shell". Na informática, bash é um dos interpretadores de comando do Linux. Eu trabalho com redes, sou administrador da rede de um dos departamentos da Universidade de Brasilia, e na mesma epoca, consegui garantir meu emprego estudando e administrando sistemas linux. Isso foi o que influenciou em 50% na minha decisão pelo nome "bash". Os outros 50% foram provenientes de um acidente de carro que sofri. Segundo amigos que presenciaram o acidente, fui dessa para melhor por menos de dois minutos, até um deles conseguir me reanimar. Foi uma situação tensa, mas foi o começo de tudo. Na minha recuperação, estudei severamente a produção musical em si e achei um sentindo para a sigla "born again shell". O nome Kernel Panic, pra variar, tambem tem origem da informatica. Resumindo, "panico no miolo", no caso, o núcleo de um sistema operacional. No meu caso, meu sistema nervoso!


4) O que diferencia os dois projetos?

André - Hoje em dia posso dizer que a linha de som que o "Bash" produz é uma linha mais introspectiva, psicodélica. Enquanto que o Kernel Panic, é uma tentativa de criar um som mais aberto, pra pista de dança. Resumindo, eu diria que o Bash ficou com a psicodelia e o Kernel Panic com a fritação!



5) Quais as suas infuências ao produzir?

André -

A maior influência na minha produção é o meu estado de espirito. Tento transparecer ao maximo nas musicas como é o clima no meu cérebro.

6) Você têm alguma religião? Qual?

André -

Tenho minhas crenças no Espiritismo. Mas não sou uma pessoa ativa na religião. Posso dizer que, desde que abri uma linha de comunicação plena e sincera com Deus, minha vida mudou drasticamente para melhor.

7) Você recentemente teve um EP lançado pela D-A-R-K Records, fale um pouco sobre ele e sobre a experiência com este tipo de venda de música virtual.

André -

Bom, foi uma experiencia otima! Não digo pelo retorno financeiro pois infelizmente a pirataria puxa o nosso tapete... Mas se tratando de divulgação, foi muito bom mesmo! A cada dia que passa vejo mais e mais pessoas ouvindo o meu trabalho e apreciando a música. Realmente, a divulgação compensa o péssimo retorno financeiro. Mas eu particularmente acho que o release Digital veio pra ficar. É de fácil acesso e você tem acesso a ele imediatamente, diferente das outras lojas que se tem que esperar muito para chegar e ainda correr o risco de ter a encomenda extraviada.

8) Conte-nos sobre as outras músicas suas que já foram lançadas. E, se puder, sobre algo que ainda está por vir.

André - Foram poucas até então, "My Mistake(rmx)" foi a primeira música a ser lançada em um net promo de lançamento do site da gravadora Sonic Tantra Records, com sede na India. Essa foi o começo de tudo. Na época eu queria algo rapido e psicodelico, mas não era muito familiarizado com o Dark... Algumas pessoas classificaram a musica como "Full-On Power" e achei bem na medida mesmo a classificação, porquê de fato a música não tem nada de Dark!

"Six Names" do Kernel Panic, foi a segunda música a ser lançada, tambem em um net promo. Essa música mexeu bem com a cabeça das pessoas, a mensagem dela é forte, literalmente "bate na cara" de quem escuta e percebe.

As do EP - Alcoholic Amnesia são as mais especiais para mim. Cada uma delas marcou uma fase musical em minha vida e foi muita sorte o pessoal da D-A-R-K ter selecionado as 3 para serem lançadas! O destaque pra mim, é a "Squizo" um duelo entre eu e eu mesmo pra saber quem é que no fim das contas está tocando os projetos pra frente!

A "Mahany" que será lançada agora em maio pela Dead Tree Productions, de Goiânia, é uma "Love song" hehehe, essa é uma musica dedicada a minha namorada e granda amiga, Marcella!

"Confined" que também será lançada até junho deste ano pela Discovalley Records, da India, foi a primeira que fiz com uma roupagem mais pesada. Uma linha bem introspectiva e um tema muito interessante. Essa foi uma época que hibernei pesado em casa produzindo.

E tem a "Animal Life(rmx)", que será lançada também até o fim de junho deste ano por uma nova gravadora chamada Underground Tremors. A compilação está sendo sendo selecionada pelo Kerosene Club e este remix já possui um nível de qualidade mais avançado. Ao menos comparada com as minhas outras produções!

9) Quais são os maiores nomes do dark psytrance na sua opinião? Quais você costuma tocar nos seus sets?

André - Bom, as músicas da fase mais "Dark" do Electrypnose sempre fazem parte dos meus sets. O Album "Fear" do Darkpsy também sempre aparece no meio dos meus sets. Phazy Mulator, Dark Summer, Fraktal Noise, Baphomet Engine, Savage Scream, Innersound são projetos que fazem parte do "mix musical mental" que tenho!



10) Qual foi a melhor ou as melhores festas que você já tocou e porquê? E a pior?


André - Bom, a melhor festa que toquei até hoje foi o "Reveillon Underground", em Corumbá-GO. Ali me senti em casa, rodeado de amigos e uma estrutura muito boa!! Sem contar o line-up que também foi muito bom! E graças a Deus o termo "Pior festa" ainda não existe pra mim.


11) Alguns adeptos do dark trance afirmam que 2007 é 'O ANO', e realmente estamos tendo bastante festas e muita música boa saindo do forno. Você concorda com tal afirmação? Porquê?

André - Concordo sim. Se o ano de 2007 tem sido "O ANO" pra mim, imagine para as outras pessoas envolvidas na cena. Alguns amigos de outros paises dizem que o dark não vai passar de tal estágio que se encontra atualmente... Tenho duvidas quanto a essa afirmação, pois o dark psychedelic ainda é muito novo. Então eu particularmente acho que ainda tem muito a se trilhar.


12) Que softwares e hardwares você utiliza para produzir suas músicas?

André - Atualmente meu setup deu uma melhorada, mas nada do outro mundo. Hoje em dia eu conto com:


Hardware: 1x Laptop Accer, AMD Sempron 1.8ghz, 512 de Ram e 40gb de disco rigido;1x Disco Rigido Externo USB 160gb;1x Placa de som M-Audio Fast Track;1x Controlador MIDI M-Audio Ozone;1x Par de monitores de audio KRK Systems, modelo Rockit RP6.

Software: Cubase SX 2.2.1;Ableton Live 5.0.3;Waves Diamond Bundle 4.5;Native Instruments Absynth 2.0;DiscoDSP Discovery v2.8;ReFX Vanguard 1.5.


13) Normalmente suas músicas possuem quantos canais? E basicamente como eles são divididos?

André - No começo, eu até perdia a conta de quantos canais existiam em um projeto meu. Mas hoje em dia normalmente não passa de 50 trilhas de audio/MIDI. Antigamente, como eu não tinha um computador na média para tal serviço, eu dividia o projeto em 3 outros projetos: Bateria, Sintetizadores e Vozes. Mas hoje em dia não existe mais esse tipo de separação, tudo vai em um arquivo só.


14) Existe alguma outra vertente da música eletrônica que você já pensou em produzir?

André - Eu tenho um projeto de dark prog/minimal chamado "Interferenz". Mas no momento o mesmo encontra-se em "stand by". Num futuro bem próximo, voltarei a trabalhar no mesmo. Pretendo ficar no limite entre o dark prog, o minimal e o tech-trance.


15) O que você curte ouvir fora do psytrance?

André - Sons alternativos como Primus, Morphine, Sonic Youth, Pixies. Muito Hard Core Crossover, D.R.I., Napalm Death, Extreme Noise Terror, Ratos de Porão e o que fecha com chave de ouro pra mim, Cannibal Corpse. Ahh sonzera!


16) Bem, André, estamos chegando ao final de nossa entrevista. Muito obrigado pela atenção, o espaço agora é todo seu. Pode mandar o recado final.

André - Fico muito feliz pelo espaço cedido, realmente é grande prazer poder me expressar e dizer o que acontece comigo! Espero poder continuar a proporcionar bons momentos musicais a quem interessa esse estilo musical. É sempre poder compôr mais e mais!
Buenassss!!! :D

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Entrevista por Amadeu Medina e Bruno Azalim.

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Sites Relacionados:
http://www.myspace.com/bashbr

http://www.fiberonline.com.br/bash

http://www.fiberonline.com.br/kernel_panic
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